No mês das mães, campanha sensibiliza população sobre saúde mental materna no RS
Dados do Governo Federal indicam que o Brasil teve uma média de 107 mortes de puérperas nos primeiros 42 dias após o parto a cada 100 mil nascimentos. Assunto é foco do Maio Furta-cor.
A saúde mental materna, especialmente durante a gestação e o puerpério (após o nascimento do bebê), é o foco da campanha Maio Furta-cor. A mobilização nacional busca sensibilizar a comunidade sobre o tema durante o mês voltado às mães. No próximo domingo (14), é comemorado o Dia das Mães. No Rio Grande do Sul, uma série de transmissões pela internet com especialistas vai abordar assuntos como (saiba mais abaixo):
- Legislação que protege as mães
- Preparação física e mental para o parto
- Humanização no atendimento durante o pré-natal, o parto e o puerpério
- Nutrição materna
- Papel da doula e saúde mental materna relacionada à saúde integral das crianças
De acordo com a psicóloga perinatal e parental Michele Bueno, que é uma das organizadoras da campanha, "Furta-cor" é uma cor com tonalidade que se altera de acordo com a luz que recebe, tal como a maternidade.
"Nela, cabem todas as cores", afirma Michele.
No país, são 300 representantes da campanha, que já mobilizaram mais de 30 leis municipais e três leis estaduais sobre o assunto.
Saúde mental materna brasileira
Conforme dados do Painel de Monitoramento da Mortalidade Materna do Governo Federal, em 2021, a cada 100 mil nascimentos, o Brasil teve uma média de 107 mortes de puérperas nos primeiros 42 dias após o parto. Considerando estudos mundiais, estima-se que 3,7 mulheres se suicidam no pós-parto a cada 100 mil nascidos vivos.
"Queremos trazer luz para isso, mostrando o alto índice de depressão pós-parto e de suicídio entre mães. Algumas pesquisas estimam em 30%. A gente precisa olhar com mais cuidado para essa questão e cuidar de quem cuida. Saúde mental materna importa para toda a sociedade, pois estamos falando do nosso futuro", reforça Larissa Simon, doula e consultora em amamentação.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), toda mulher está suscetível a transtornos mentais durante a gravidez e também no primeiro ano após o parto. Por isso, o pediatra Marcelo Saldanha afirma que é necessária uma "rede de amparo e de acolhimento" para elas.
"Existe essa cultura de que a mulher precisa responder por tudo, cuidar de tudo. E não. [O] nascimento pode ocasionar sofrimento psíquico. Sintomas como tristeza profunda, melancolia e sensação de desespero são normais, mas não podem durar mais que duas semanas. Por isso, é importante uma rede de apoio disponível. Conversar com companheiros e companheiras, procurar atendimento médico", diz o médico, explicando que a saúde mental precisa ser trabalhada ao longo da gestação.
Larissa afirma que a saúde mental das mães "está extremamente negligenciada".
"Pela organização social patriarcal que temos, a grande maioria dos cuidados dos filhos, da casa, e ainda do trabalho e das outras funções das mulheres está a cargo das mães, que estão sobrecarregadas. Isso acaba repercutindo também na saúde e no desenvolvimento das crianças", argumenta.
Programação das transmissões pela internet
11/05, às 19h30
- "Humanização no atendimento ao pré-natal obstétrico e saúde mental materna", com Fernanda Oliveira Castilhos, ginecologista e obstetra
15/05, às 19h30
- "Atendimento Humanizado no Parto e Puerpério e saúde mental materna", com Fernanda Ferraro Susin, ginecologista e obstetra
17/05, às 20h
- "A cura dos registros traumáticos através da microfisioterapia e da psicologia em casos de perdas gestacionais", com Melina Faggion Dani, fisioterapeuta e microfisioterapeuta
18/05, às 20h
- "Relação entre saúde mental materna e nutrição", com Sabrina Orlandin, nutricionista materno-infantil
22/05, às 19h
- "Atuação da doula e sua influência na saúde mental materna", com o Coletivo de Doulas Conectar
25/05, às 19h30
- "A influência da saúde mental materna na saúde integral das crianças", com Marcelo Saldanha
Fonte: G1/RS
Foto: GETTY IMAGES via BBC
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