Levantamento aponta mais de 70 problemas na Rota do Sol
Relatório feito em março pelo vereador Gilfredo De Camillis mostra que dos 16 pontos mais perigosos da rodovia, 12 seguem sem soluções há 10 anos
Principalmente durante o verão, um dos principais assuntos comentados por motoristas da Serra é a Rota do Sol. As condições da rodovia, que engloba RS-122, RS-453 e RS-486 e liga Caxias do Sul ao Litoral Norte gaúcho, sempre são observadas e comentadas. No fim de março deste ano, o vereador Gilfredo de Camillis (PSB) e equipe decidiram percorrer 103 quilômetros da via e mapear o que pode ser melhorado. O relatório, que foi entregue ao governador Eduardo Leite (PSDB) neste mês, aponta ainda que dos 16 pontos mais perigosos da Rota, levantados em 2013 pela prefeitura de Caxias e o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), 12 ainda aguardam por soluções. Além disso, a análise destaca mais de 70 demandas que envolvem, principalmente, placas danificadas e falta de sinalização ou estrutura viária.
Nesta quinta-feira (11), Camilis, que é presidente da Comissão de Desenvolvimento Urbano, Transporte e Habitação (CDUTH) do Legislativo caxiense, entregou o relatório ao diretor-geral do Daer, Luciano Faustino da Silva. Em 2013, quando os pontos foram levantados, o departamento havia assinado um acordo com Caxias do Sul para que soluções fossem encontradas para os trechos.
— O que chama a atenção é o abandono, sem manutenção. Há placas que saíram em 2019 (em matéria no Pioneiro) e estão na mesma situação. Estamos preocupados também com vidas — explica o vereador, sobre o relatório.
Mais de 70 demandas para a Rota do Sol até Tainhas
O trajeto escolhido pelo vereador para o relatório foi do km 148, em Caxias, até o km 251, em Tainhas. A qualidade da pista não chega a ser o principal apontamento. Entre todas as melhorias necessárias mencionadas, apenas uma é de buraco na pista: no trevo para Cambará, entre o km 242 e o km 243. Para o parlamentar, o asfalto está "em médias condições de trafegabilidade".
A principal situação, como mostrado pelo relatório, é a falta de manutenção da sinalização para os motoristas. São 51 registros de problemas com placas ou até na sinalização na pista, como pintura desgastada. As imagens do levantamento mostram placas danificadas, com as informações apagadas ou escondidas por matagal e até a ausência das mesmas, como foi verificado também no trevo para Cambará, que necessitaria de uma sinalização de passagem obrigatória em um dos sentidos.
— As rotatórias são mal sinalizadas e escuras também. Praticamente teria que fazer tudo. No acostamento para os ônibus vimos que só fica metade dele em cima do acostamento. Tivemos até dificuldade de fotografar mais porque não tinha onde parar também — relata o vereador caxiense.
Nesta quinta-feira (11), a reportagem verificou os pontos neste trecho da Rota do Sol, adicionando o trajeto até o fim da rodovia, em Terra de Areia. Além dos problemas apontados pelo relatório, de março, a reportagem encontrou 25 novas placas que estão desgastadas ou danificadas, no sentido entre Caxias - Litoral, e 120 na volta do Litoral a Caxias do Sul. Nos dois sentidos, a Rota do Sol possui 1.075 placas de sinalização vertical, das quais 196 apresentam problemas.
O relatório do parlamentar também aponta 17 situações em que existe a necessidade de melhoria da estrutura da rodovia. Há pontos, como no trecho do km 234 e do km 235 — próximo da ponte do Arroio Ribeirão, em que não existem guardrails. O ponto tem um barranco de quatro metros junto de uma curva, que até este momento está desprotegida. Há ainda trechos com tachões danificados ou sem os chamados olhos de gato, que auxiliam nas viagens noturnas. A reportagem também verificou a mesma situação da falta de tachões ao realizar o sentido do Litoral - Caxias do Sul, no início da noite.
Além disso, há locais em que o acostamento e os refúgios para paradas de ônibus são pequenos, deixando parte dos veículos em cima da pista, como no trecho entre o km 202 e o km 204. Conforme o relatório, o ponto mais crítico é entre Caxias e Lajeado Grande — o que também foi verificado pela reportagem.
Os pontos mais perigosos
Os chamados pontos mais perigosos da Rota do Sol são praticamente acessos a bairros e comunidades de Caxias do Sul, que estão em uma trajeto de 35 km. Como destacou o Pioneiro ainda em 2020, apenas quatro trechos receberam algum tipo de solução — o que permanece da mesma forma até hoje, como foi novamente verificado.
Os quatro trechos com obras são o acesso a Monte Bérico, que recebeu semáforos em 2014; o acesso ao bairro Santa Fé, junto da Codeca, com novo entrocamento concluído em 2019; o acesso ao bairro São Ciro II, que recebeu lombadas físicas em 2014; e o entrocamento de acesso a Fazenda Souza, concluído em 2019. Para o relatório, destes pontos, o acesso a Monte Bérico ainda deveria receber uma obra definitiva.
A reportagem percorreu os 16 pontos na terça-feira (9) e pôde observar que os 12 trechos ainda seguem sem solução, muitos sem qualquer tipo de estrutura ou orientação para os motoristas.
Melhorias pedidas:
- Limpeza de placas sujas
- Substituição de placas danificadas
- Colocar placas de sinalização em pontos da rodovia, como: proibido ultrapassar; entrada e saída de caminhões em empresas; velocidade máxima; divisa de municípios; identificação de trechos; lombadas; refúgios e área de repouso
- Reforçar roçada e pintura do meio fio de trevos, além de substituir os olhos de gato danificados
- Pintura do meio fio e sinalização de chão próximo a viadutos e trevos
- Revitalização asfáltica na rodovia e acostamento
- Criar refúgios, principalmente entre Caxias do Sul e Lajeado Grande
- Colocar guardrails nos pontos de curvas e descidas onde existem abismos
- Alargar o acostamento em pelo menos um metro
- Estudo e viabilidade de iluminação em trevos
- Mais tachões refletivos em locais com curvas perigosas e quando há linha dupla contínua, para separar as vias de sentidos contrários e evitar ultrapassagens proibidas
O número de acidentes
Os números de acidentes seguem preocupando na Rota do Sol. De acordo com o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM), no ano passado mais de 850 sinistros foram registrados, sendo 555 com lesões e 48 com mortes. Neste ano, em levantamento até a última segunda-feira (8), 334 acidentes já foram registrados, sendo 191 com lesões e 21 com óbitos.
O que diz o Daer
Em nota, o Daer afirma que está monitorando a situação em todas as rodovias da Serra. O órgão informa que há uma licitação para sinalização que deve atender as demandas no segundo semestre do ano:
"O Daer monitora a situação das rodovias na região da Serra Gaúcha e aguarda a realização do certame licitatório para a licitação da sinalização que irá atender essas demandas ainda no segundo semestre deste ano.
Em relação a definição de obras que são realizadas na malha rodoviária, o Daer levanta os pontos mais críticos existentes nas rodovias e o Governo do Estado disponibiliza recursos para intervenções neles, por meio do programa Avançar. Em um primeiro momento, serão executados os serviços elencados no Plano de Obras. Porém, posteriormente, poderão ser incluídas novas ações nos referidos pontos".
Fonte: Pioneiro
Fotos: Porthus Junior / Agência RBS
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