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Levantamento foi feito pela plataforma de viagens Booking.com

Gramado, na Serra, é o único município gaúcho a integrar o top 10 dos destinos para uma estada sustentável no Brasil. O levantamento foi feito pela plataforma de viagens Booking.com. Foz do Iguaçu, no Paraná, é a representante brasileira na lista global.

Os estudos consideram a quantidade de propriedades certificadas com o selo do Programa Viagens Sustentáveis, criado pela empresa para ajudar viajantes a identificar acomodações que buscam minimizar o impacto da atividade turística no meio ambiente.

Além das listas, a Booking também divulgou uma pesquisa focada em questionamentos sobre a importância do turismo sustentável para 33 mil viajantes de 35 países. O recorte nacional diz que nove a cada 10 turistas brasileiros afirmaram que viajar de forma mais sustentável é importante para eles.

Além de Foz do Iguaçu, outras nove cidades integram o top 10 global do levantamento:

• Merano (Itália)
• Tainan (Taiwan)
• Santa Marta (Colômbia)
• Stellenbosch (África do Sul)
• Charlotte (Estados Unidos)
• Hanmer Springs (Nova Zelândia)
• Munique (Alemanha)
• Nusa Penida (Indonésia)
• Salzburg (Áustria)

A partir da análise de dados, a plataforma descobriu os destinos brasileiros que têm a maior proporção de acomodações participantes do Programa Viagens Sustentáveis. Assim, eles foram reconhecidos pelas medidas adotadas em favor do meio ambiente e das comunidades locais no Brasil. Veja a lista:

• Foz do Iguaçu (PR)
• Rio de Janeiro (RJ)
• Florianópolis (SC)
• São Paulo (SP)
• Ubatuba (SP)
• Porto de Galinhas (BA)
• Búzios (RJ)
• Gramado (RS)
• Guarujá (SP)
• João Pessoa (PB)

Identificação de boas práticas

O Programa de Viagens Sustentáveis foi lançado pela Booking em novembro de 2021. As empresas informam ao site quais das 32 medidas com foco em sustentabilidade são desempenhadas nas acomodações. A plataforma, então, reúne as informações e calcula o impacto ambiental e social das medidas de acordo com o tamanho e localização do estabelecimento.

— Viajar de maneira sustentável significa minimizar o impacto atual e futuro no meio ambiente das culturas locais e das economias. Isso inclui opções de viagem mais ecologicamente corretas, a preservação da vida selvagem e dos hábitos naturais, evitar destinos superlotados e garantir que o impacto econômico da indústria seja distribuído de forma equitativa entre todos os níveis da sociedade — explica Luiz Cegato, gerente de comunicação da Booking.com para a América Latina.

Os locais que estão nos top 10 global foram escolhidos para garantir a distribuição geográfica entre os continentes. Outro fator considerado pela plataforma foi o número de locais com práticas sustentáveis na plataforma, segundo Cegato.

— O fato de Foz do Iguaçu representar a América Latina tem a ver com o número de propriedades que ela possui na plataforma e a porcentagem desse grupo ser mais alta do que a média geral. Foz tem cerca de 25% de todas as propriedades que trabalham com a Booking com esse selo de sustentabilidade — diz.

Caso atenda aos requisitos, os hotéis recebem um ícone no anúncio das acomodações no site da Booking. Assim, os visitantes podem escolher onde ficar por meio de um filtro que elenca as propriedades com o selo. São três níveis: o mais básico recebe uma folha verde, já a nota máxima na avaliação da plataforma recebe três. Os estabelecimentos podem melhorar o nível conforme comprovem a ampliação dos cuidados com o meio ambiente.

— O selo é uma iniciativa para reconhecer esforços que já estão sendo feitos pela indústria, mas que ainda não tinham visibilidade. Muitos hotéis já tinham práticas sustentáveis implementadas, mas isso não ficava claro para quem olhava de fora. A Booking viu uma oportunidade de criar uma visão do que está acontecendo em cada propriedade e como esse trabalho é feito — pontua Marco Sobrinho, gerente regional da Booking.com.

Pesquisa mostra turista preocupado com sustentabilidade

Além da lista de destinos, a Booking também divulgou uma pesquisa feita de forma online com 33 mil entrevistados em 35 países e territórios. Foram obtidos dados de pessoas que haviam viajado ao menos uma vez nos últimos 12 meses, com foco em temas que envolvem sustentabilidade no turismo.

Os viajantes brasileiros afirmam que a discussão recente sobre as mudanças climáticas os incentivou à adoção de práticas mais sustentáveis. Porém, existem obstáculos para viajar de forma ecologicamente correta: informações limitadas e uma aparente falta de opções de locais foram citados como problemas pelos entrevistados.

Segundo a pesquisa, dois em cada cinco (42%) viajantes brasileiros acreditam que não há opções suficientes de viagens sustentáveis, enquanto 84% querem que as agências de viagem ofereçam opções mais sustentáveis (contra 76% em 2022). 

Segundo Marco Sobrinho, as respostas são reflexos de uma mudança de comportamento do turista.

— Os consumidores nos informam que é muito importante considerarmos a sustentabilidade. A intenção da Booking é oferecer essa reflexão à indústria: a ferramenta (o selo) pode ser uma maneira de o mercado se conectar melhor com os consumidores — afirma.

Apesar do interesse nas práticas, 34% dos entrevistados brasileiros disseram não saber onde encontrar opções mais sustentáveis. Somado a isso, 77% buscam experiências que representem a cultura local, mas 28% não sabem como ou onde encontrar esses passeios e atividades que os permitam retribuir à comunidade local.

Veja outros dados da pesquisa da Booking:

• 76% desligam o ar-condicionado nas acomodações quando saem, um aumento de 39% em relação a 2022
• 67% têm sua própria garrafa de água reutilizável, um aumento de 24% em relação a 2022
• 62% reutilizam a mesma toalha, um aumento de 22% em relação a 2022
• 81% brasileiros afirmam apagar as luzes e desligar os eletrodomésticos nas acomodações ao sair
• 52% dizem fazer a coleta seletiva do lixo em suas viagens
• 53% planejam passeios turísticos para poder caminhar, andar de bicicleta ou usar o transporte público
• 45% viajam fora da alta temporada, em uma tentativa de evitar a superlotação
• 51% dizem procurar lojas pequenas e independentes

Fonte: GZH

Foto: Rafael Cavalli / Prefeitura de Gramado