Produtores esperam para esta quarta-feira medidas para diluir a crise no leite
Anúncio do governo federal é aguardado no ato de encerramento da Marcha das Margaridas, em Brasília, que terá a participação do presidente Lula
É esperado para essa quarta-feira (16), no ato de encerramento da Marcha das Margaridas, em Brasília, o anúncio de medidas do governo federal para tentar aplacar a crise na produção de leite.
A cerimônia, marcada para as 10h30min será realizada em frente ao Congresso Nacional e deve contar com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mais do que o simbolismo da ocasião — a mobilização reúne cerca de cem mil mulheres da agricultura familiar, segmento que tem na atividade uma importante fonte de renda —, essa foi a sinalização dada por integrantes do Planalto com quem representantes de entidades estiveram reunidas na terça-feira (15).
Carlos Joel da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS), esteve em reunião com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira. Um grupo de trabalho, reunindo governo, entidades e cooperativas, foi formado para elaborar um projeto de desenvolvimento do setor leiteiro.
— Esperamos que amanhã venha alguma coisa que resolva o problema. O que está anunciado aqui (na reunião de terça-feira) não resolverá o problema — pontuou Joel, sobre as colocações apresentadas.
O mecanismo tem relação com uma das principais preocupações levantadas pelos produtores: o avanço galopante da entrada de produtos lácteos de países vizinhos. O problema, conforme o dirigente, é que a medida deixa de fora o leite em pó. Nos primeiros seis meses de 2023, o volume desse item adquirido somente de Argentina, Paraguai e Uruguai cresceu 437%. Dos lácteos em geral, o percentual, no mesmo período, foi de 283%.
Por esse motivo, agricultores pedem que haja alguma taxação na aquisição. Há dois argumentos que pesam para a solicitação: o subsídio oferecido a produtores desses locais, e a suspeita de que possa estar sendo feita uma triangulação. Ou seja, produtos com origem fora do Mercosul, sendo exportados para o Brasil como se tivessem sido produzidos em países do bloco.
— É importante, mas só isso não resolve — reforça o presidente da Frente Parlamentar da Agricultura Familiar, Heitor Schuch, sobre a alíquota anunciada.
Entre as ações que são esperadas para essa quarta-feira (16) estão a da liberação de recursos para a compra governamental, via Conab, além de um bônus pago para incentivo aos produtores.
Fonte: GZH
Foto: sinhyu / stock.adobe.com
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