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Com 27 mortes, última passagem de ciclone extratropical supera a maior tragédia natural do estado

  • Data: 06/Set/2023

Em junho, governo do estado havia declarado que a passagem de um ciclone era, até aquele momento, o maior desastre natural relacionado a chuvas nos últimos 40 anos.

 

Mais seis mortes causadas pela chuva no RS foram confirmadas pela Defesa Civil do estado nesta quarta-feira (6). Todas aconteceram em Roca Sales, na Região dos Vales. Com isso, o número total de vítimas fatais da passagem do ciclone pelo estado chega a 27.

As 27 mortes registradas no Rio Grande do Sul até a manhã desta quarta já superam a maior tragédia natural das últimas quatro décadas no estado, quando 16 pessoas morreram em junho. Em entrevista na noite de terça, o governador Eduardo Leite confirmou que se trata da pior tragédia natural do estado.

"Não tem sido um ano fácil para o Rio Grande do Sul. Mas nosso povo é resiliente e forte, e nós vamos estar unidos para superar essa adversidade, com toda a estrutura, com os servidores públicos, os militares, civis, voluntários, ações, prefeituras, sociedade civil engajada. Cada vida perdida não pode ser reposta, a gente lamenta cada uma delas. Vamos dar todo suporte para essas famílias", afirmou.

Foram 15 óbitos apenas no município de Muçum, na Região Central do estado. De acordo com a Defesa Civil estadual, o Corpo de Bombeiros encontrou os corpos ao vistoriar uma casa nesta terça-feira (5).

Na noite de terça, os corpos foram trasportados para o hospital de cidade, e devem ser levados para Porto Alegre.

Ciclone extratropical de junho

Em junho, o governo estadual havia declarado que a passagem de um ciclone extratropical, que devastou cidades sobretudo no Litoral Norte e na região dos Vales, era o pior desastre natural já registrado no estado nos últimos 40 anos.

Outras seis mortes foram confirmadas entre segunda (4) e esta terça em cidades do Norte do RS e do Vale do Taquari.

Atualização até a manhã desta quarta-feira:

  • 27 mortos;
  • 2.984 desalojados;
  • 1.650 desabrigados;
  • 66 cidades afetadas.

O fenômeno teve origem em um sistema de baixa pressão, que provocou chuvas intensas ao longo da segunda-feira (4). Conforme se deslocou em direção ao oceano, o fenômeno ganhou intensidade. À noite, formou-se o ciclone.

Quem são as vítimas

  • Muçum

As 15 vítimas de Muçum não tiveram a identificação divulgada até a última atualização desta reportagem.

  • Mato Castelhano

Em Mato Castelhano, um homem morreu após a caminhonete em que ele estava ser levada pela correnteza. Outra pessoa, que também estava no carro, conseguiu sair do veículo por conta própria e está segura, segundo os bombeiros.

A vítima foi identificada como Cristiano Schusler, de 41 anos. De acordo com a prefeitura de Mato Castelhano, ele era solteiro, trabalhava como agricultor e morava com a mãe na localidade de Nossa Senhora de Lourdes, no interior do município. Schusler foi velado durante a segunda-feira e sepultado na manhã desta terça.

  • Passo Fundo

Em Passo Fundo, um homem morreu após receber uma descarga elétrica durante o temporal. Ele estava em casa e foi resgatado por familiares. A vítima, identificada como Neri Roberto Gonçalves da Silva, de 67 anos, chegou a ser levada para o Hospital Municipal Doutor César Santos, mas não resistiu. Segundo moradores, o homem foi encontrado caído em casa. Os vizinhos prestaram os primeiros socorros.

  • Ibiraiaras

Em Ibiraiaras, duas pessoas morreram ao ficarem presas dentro de um veículo. Conforme a Defesa Civil, elas tentavam atravessar um rio, e o veículo foi levado pela correnteza.

De acordo com a prefeitura do município, eles eram agricultores e deixam duas filhas. Eles tentavam atravessar um rio, e o veículo acabou sendo levado pela correnteza. O carro ficou retorcido com a força da água, e Delve Francescatto e Fátima Godoi Francescatto ficaram presos às ferragens.

  • Estrela

Em Estrela, um homem de 58 anos morreu ao ser atingido por uma descarga elétrica na manhã desta terça. De acordo com relatos, Moacir Engster auxiliava um vizinho a retirar móveis de casa por conta da enchente. Ele é pai de um secretário municipal de Teutônia, cidade vizinha, que confirmou a morte.

  • Lajeado

Uma das mortes foi causada por um acidente durante um resgate que se realizava em Lajeado, sobre o Rio Taquari. O cabo no qual um policial militar resgatava uma mulher, identificada como Maria da Conceição Alves do Rosário, de 50 anos, se rompeu e ambos caíram no rio. A mulher não resistiu e o PM foi resgatado em estado grave para um hospital da região.

  • Roca Sales

Na quarta-feira, a Defesa Civil do RS confirmou mais seis mortes em Roca Sales. A identidade das vítimas não foi divulgada, nem o contexto em que as mortes aconteceram.

 

Fonte: G1/RS

Foto: Maurício tonetto/Secom

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