O que é o plasma sanguíneo, componente que gera debate sobre comercialização no Brasil
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata do assunto tramita no Senado
O plasma sanguíneo ganhou destaque no último ano por conta de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que quer permitir a comercialização do componente no Brasil. A proposta foi aprovada nesta quarta-feira (4) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e seguirá para votação na Casa; se aprovada, será enviada para apreciação na Câmara dos Deputados.
Há, porém, um debate sobre o resultado de uma eventual aprovação: para uns, a PEC melhoraria o aproveitamento do plasma sanguíneo no país e a manipulação de medicamentos. Para outros, é o contrário: poderia agravar o desabastecimento do componente no território nacional. Na avaliação do Ministério da Saúde (MS), significaria um retrocesso.
O que é o plasma sanguíneo?
É a fração líquida do sangue, que corresponde a 55% do seu volume. O plasma é amarelado e composto por água, sais minerais, proteínas, nutrientes, hormônios, excretas, gases da respiração, entre outros. A função fisiológica dele é transportar os componentes pelo organismo. Para a indústria de hemoderivados, o plasma é a matéria-prima usada na produção de medicamentos.
Como é o processo para tirar o plasma do sangue?
A captação de plasma humano no Brasil é feita por meio de doações voluntárias nos hemocentros, e não é permitido que uma pessoa venda o componente. Segundo Leo Sekine, chefe do Serviço de Hemoterapia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), existem duas principais formas de obter o plasma de um doador.
A mais comum ocorre durante a doação tradicional de sangue, na qual o plasma é “separado” no banco de sangue após a retirada. Há, porém, a possibilidade de doar apenas o plasma, o que ocorre com menos frequência no país.
— Nesse processo, a doação ocorre em uma máquina, que centrifuga o sangue, ao mesmo tempo em que o doador está conectado a ela: o plasma é separado e se devolve o restante das células para o doador. Essa doação pode ser feita em uma frequência maior do que a de sangue convencional, pois não “espolia” o sangue do doador: retira dele apenas o plasma — explica Sekine.
Como o plasma é utilizado no tratamento de pacientes?
Há duas maneiras: como um hemocomponente, quando é obtido em bancos de sangue, e como hemoderivados, os medicamentos que precisam ser manipulados em indústrias. Segundo o chefe do Serviço de Hemoterapia do Clínicas, o uso do plasma como hemocomponente é o mais comum na rotina dos hospitais.
— O objetivo é corrigir alterações de coagulação que podem levar a distúrbios hemorrágicos. Ou seja, sangramentos de pacientes que possuem essas deficiências podem ser contornados através da transfusão do plasma fresco congelado — diz o médico.
Quando transformado em medicamentos (hemoderivados), o plasma é utilizado no tratamento de doenças como hemofilia, câncer, aids, cirrose, entre outras.
Fonte: GZH
Foto: arcyto / stock.adobe.com
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