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Semana Maria da Penha nas Escolas premia projetos de combate à violência contra a mulher

  • Data: 01/Dez/2023

Evento teve debates e exposição de trabalhos

 

Com o objetivo de promover o combate à violência contra a mulher por meio da conscientização de professores e alunos, a Secretaria da Educação (Seduc) e o Comitê Interinstitucional de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher (EmFrente, Mulher), do Programa RS Seguro, realizaram a 3ª edição da Semana Maria da Penha nas Escolas. O evento – realizado na terça (28/11) e na quarta (29/11), no auditório do Ministério Público do Estado – teve financiamento do Programa de Incentivo ao Aparelhamento da Segurança Pública (Piseg), da Secretaria da Segurança Pública (SSP).

Além de reconhecer e compartilhar o que as escolas já estão desenvolvendo para a prevenção da violência de gênero e para a promoção da equidade entre homens e mulheres, a terceira edição também ofereceu conteúdos e reflexões para os participantes por meio de ações interativas nos dois dias de evento. A intenção foi valorizar ações já efetuadas, inspirando mais professores e diretores a trabalharem a temática no ambiente escolar.

Os participantes concorreram em quatro categorias: Impacto na comunidade, Tecnologia, Transversalidade e Votação popular. Os trabalhos escolares foram selecionados por uma comissão formada por membros da Seduc e do Comitê EmFrente, Mulher. Foram premiados, com a entrega de kits de tablets para alunos e professores, projetos desenvolvidos em todas as regiões do Estado.

A Escola Armindo Edwino Schwengber, do município de Colorado, venceu a disputa do Impacto na comunidade; a premiação na categoria Tecnologia foi para a Escola Lucila Nogueira, de Boa Vista das Missões; já Transversalidade ficou com o Instituto Estadual Rio Branco, de Porto Alegre. A Votação popular somou mais de 29 mil votos e premiou a Escola Albino Fontin, de Horizontina.

“O evento comprova a importância das escolas como agentes de transformação da sociedade. Trata-se de espaços para discutir e suscitar questionamentos acerca das violências e das diferenças de gênero – que não são inatas, mas construídas culturalmente ao longo da história”, destacou a promotora de justiça Daniela Raiser, líder da iniciativa. “Os projetos apresentados demonstram a necessidade dessa transformação e como ela é não apenas urgente, mas possível.”

Presente na mesa de abertura do evento, a secretária-adjunta da Educação, Stefanie Eskereski, destacou o papel fundamental exercido diariamente pelos professores e gestores. “A única forma de construirmos a igualdade de gênero é trabalhando o tema na sala de aula desde a fase em que os estudantes são bem pequenos”, disse. “É dentro da sala de aula que começamos a notar as formas de violência de gênero. Muitas vezes não são atos tão evidentes, e só é possível percebê-los se a discussão sobre o assunto é apresentada.”

“Participar da Semana Maria da Penha representando minha escola é muito gratificante. Se tornar mulher deveria ser um orgulho e não uma dificuldade, e é isso que os projetos e as conversas mostraram”, afirmou a estudante Manuela Machado, da escola Frederico Kops, do município de Sinimbu. Manuela apresentou seu projeto no palco desta edição. “O evento faz parte da construção de uma nova mentalidade em relação à equidade de gênero e da certeza de que essa luta é de todos”, ressaltou.

Programação

  • Primeiro dia (terça-feira, 28/11)

A largada da terceira edição teve, em sua mesa de abertura, a participação da diretora executiva do Piseg, delegada Carla Kuhn, da secretária-adjunta da Seduc, Stefanie Eskereski, da integrante do RS Seguro, Giovana Foppa e das promotoras de justiça do Ministério Público do Estado, Ivana Machado e Daniela Raiser.

A programação seguiu com a apresentação dos resultados de uma pesquisa realizada com estudantes do curso “Gurias e guris: Desafios da Igualdade”, disponibilizado para professores e profissionais da Rede Estadual de ensino. O trabalho foi conduzido pelas pesquisadoras da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) Júlia Zamora, Júlia Chotgues e a Isadora Zirbes.

Ao longo do dia, estudantes da Rede Estadual puderam mostrar os projetos desenvolvidos em suas escolas com a temática do combate à violência contra a mulher. No palco, grupos apresentaram seus trabalhos, e no espaço do evento foram dispostos banners para explicação individualizada dos projetos.

À tarde, foi realizado o painel do programa Geração Consciente, iniciativa da Secretaria da Saúde (SES) em parceria com a Seduc, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o Programa RS Seguro e o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids). O objetivo foi promover a saúde integral dos adolescentes por meio de ações que tratam de temas ligados ao assunto, com vistas à prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis e do HIV/Aids.

  • Segundo dia (quarta-feira, 29/11)

No turno da manhã, os estudantes e professores presentes no auditório puderam acompanhar uma roda de conversa sobre conceitos de masculinidade com os pesquisadores Carlos Antônio da Silva e Helen Barbosa dos Santos. A mediação foi das servidoras da Seduc Carla Adriana Barbosa e Helena Martins. O bate-papo abordou diversos temas, desde a igualdade de gênero até a discussão sobre a baixa adesão masculina ao Novembro Azul.

A quarta-feira contou ainda com apresentação de trabalhos selecionados de várias coordenadorias regionais da educação e a exposição, pelos estudantes, dos banners com a explicação dos trabalhos desenvolvidos.

No encerramento, a Orquestra Jovem da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) presenteou alunos e estudantes com duas apresentações artísticas.

Sobre a iniciativa

O projeto Semana Maria da Penha nas Escolas faz parte de um dos grupos de trabalho do Comitê EmFrente, Mulher, intitulado “Ações nas Escolas”. Os objetivos principais são conscientizar as comunidades escolares e capacitar professores para abordarem a temática com a inclusão de temas transversais nos componentes curriculares.

Com o intuito de prevenir a violência doméstica e de gênero, devem ser trabalhados conceitos a partir de exemplos e de atividades realizadas pelos professores em sala de aula.

Devido à pandemia, em 2021, a primeira edição da Semana foi virtual. Foram realizadas três lives, nas quais foram apresentados projetos e ações realizados pelas escolas estaduais que trabalharam a temática durante o ano letivo. Em 2022, a segunda edição ocorreu de forma presencial, no auditório do Tribunal de Contas do Estado. 

 

Texto: Elisângela Veiga/Ascom RS Seguro e Ascom Seduc
Edição: Felipe Borges/Secom 

Foto: Ricardo Morais/Ascom SSP

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