Baixa umidade do ar pode causar desidratação, problemas respiratórios e cardíacos
Umidificadores e toalhas molhadas perto das janelas podem ajudar a diminuir os efeitos da condição climática
A umidade relativa do ar, quando baixa, gera preocupação. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), o nível ideal de umidade é entre 60% e 80%. Médicos chamam a atenção para a possibilidade de desidratação e agravamento de problemas respiratórios.
Segundo a Climatempo, devido ao calor e tempo seco, parte do Brasil deve ter baixa umidade do ar nos próximos dias, ficando abaixo dos 30%. A situação mais crítica ocorre nos Estados da Bahia, Tocantins e Goiás, onde fica abaixo dos 20%. O Rio Grande do Sul, pela previsão de tempo instável, não deve sofrer com índices de baixa umidade. O calor, porém, deve ser intenso no RS.
— Quanto menor o nível, mais crítica a situação – destaca Maria Clara.
Ela defende que níveis entre 12% e 20% não são incomuns:
— Quando falamos de ondas de calor, já é esperado que a umidade relativa do ar seja menor de 20%. Para situações de calor no Rio Grande do Sul, não é novidade.
Efeitos na saúde
Conforme os valores se afastam do considerado ideal pela OMS, é possível sentir alguns efeitos na saúde. A pneumologista e professora do curso de medicina da Faculdade Feevale Simone de Leon Martini cita alguns: agravamento de problemas respiratórios, como sinusite, rinite e asma; doenças inflamatórias, como amigdalite e faringite; dor de cabeça; e, é claro, desidratação. Em conjunto com o último, o risco de desmaios e problemas cardíacos, alerta a médica.
— O ar seco causa ressecamento nasal, o que pode causar coceira no nariz e nos olhos, rouquidão, sangramento nasal e aumenta a percepção dos sintomas das condições como rinite, sinusite, amigdalite e faringite — lista a especialista.
Simone explica que isso acontece porque a função do nariz é filtrar o ar e, para isso, deve haver umidificação. Quando há ressecamento, o nariz não faz a barreira e acaba ficando livre para receber essas infecções respiratórias.
— Nosso corpo é composto, majoritariamente, por água. Então quando baixa a umidade, prejudica o nosso funcionamento — explica o pneumologista e coordenador do Serviço de Pneumologia do Hospital Mãe de Deus, Marcelo Tadday Rodrigues.
É por isso que, em dias quentes e com baixa umidade, a hidratação é fundamental. A desidratação pode causar dores de cabeça e problemas cardíacos, uma vez que, segundo Simone, pode deixar o sangue mais espesso e provocar problemas embólicos.
Como aliviar?
Já que não é possível mudar as condições climáticas, os médicos Simone de Leon Martini e Marcelo Tadday Rodrigues indicam como aliviar o calor e a sensação de baixa umidade. Confira:
- Tomar, pelo menos, dois litros de água
- Não fazer atividades físicas ou trabalhos ao ar livre das 10h às 16h
- Evitar tomar banhos quentes
- Umidificar ambientes, com umidificadores ou vaporizadores, ou colocando toalhas molhadas ou bacias de água perto de janelas abertas
- Dar preferência ao umidificador ao invés de ares condicionados e ventiladores
- Se precisar usar ar condicionado, colocar bacias de água próximas do aparelho para diminuir o ressecamento que o eletrodoméstico causa
- Prestar atenção em crianças e idosos para garantir que estejam bem hidratados
- Utilizar soro fisiológico para lavar as narinas caso sinta ressecamento nasal
- Colocar lubrificante ocular nos olhos caso sinta ressecamento ou coceira
- Evitar aglomerações em lugares fechados
Fonte: GZH
Foto: Bruno Todeschini / Agência RBS
Outras notícias
-
Passar muito tempo sentado pode aumentar o risco de problemas cardíacos, aponta estudo
Pesquisa revela que mais de 10 horas diárias de comportamento sedentário elevam o risco de insuficiência cardíaca e morte cardiovascular Passar um longo período sentado ou deitado pode ser mais perigoso para o cora&cce ...
Saiba Mais -
Cães conseguem sentir emoções dos tutores por meio da frequência cardíaca, aponta estudo
Análise revela que conexão entre humanos e cachorros vai além do emocional A sensação de estar em sintonia com o seu cão pode ser mais real do que parece. Um estudo da Universidade de Jyväskyl&au ...
Saiba Mais