Os três fatores que aumentam a chance de êxito para a Serra Gaúcha ter uma universidade federal
Atual mobilização regional por instituição pública obteve acolhimento inicial no governo federal
Há um histórico de lutas de pelo menos 40 anos pela universidade pública em Caxias do Sul e região. Esse histórico incluiu, em outros momentos, pautas como a federalização da UCS (Universidade de Caxias do Sul) ou, mais recentemente, a implantação de uma extensão da UFRGS na Serra, para a qual já havia até terreno em Farroupilha. Esse histórico, no entanto, tem sido intermitente, com intervalos de desmobilização, o que não deu continuidade à luta.
Esse clamor regional foi retomado este ano, a partir do PPA Participativo, o Plano Plurianual do governo federal para o período 2024-2027, diretriz orçamentária para os orçamentos anuais que abriu a possibilidade de indicação de propostas para o PPA. Foi aí que entrou a faísca da universidade federal, que é uma demanda de grande aceitação regional, como tem se visto. O perfil da proposta atual é diferente das anteriores, pois trata da criação de uma universidade, e não uma federalização ou extensão de uma universidade já existente. Como se dará essa implantação são etapas logo na frente, pois o momento exige, primeiro, obter sinal verde do governo federal para o pleito.
O que tem diferenciado a atual mobilização regional e permite uma perspectiva favorável para que a demanda de uma universidade federal seja concretizada passa por três palavras: fundamentação, articulação e mobilização. A comitiva que foi a Brasília apresentar a demanda ao governo federal entregou documento muito bem fundamentado, descrevendo o tamanho e o potencial da região, a lacuna existente, o universo a ser atendido com oferta de cursos superiores, a importância para o desenvolvimento regional e o caminho já percorrido, tendo o PPA como referência. A mobilização está bem articulada, pois identificou a disposição do governo federal em implantar novas universidades pelo país, explicitada no material de divulgação do PPA, e tem interlocutores próximos e diretos com o Palácio do Planalto, que estão fazendo valer essa proximidade. Por fim, a mobilização, que envolveu uma comitiva pluripartidária e de representatividade política e comunitária na ida a Brasília, com uma importante unidade. A mobilização não podia falhar e mostrou força neste primeiro momento, mas precisa crescer e envolver mais gente.
A mobilização surge em uma base inicial sólida. Foi percorrido um caminho inicial e há boas perspectivas para o governo federal encampar a proposta de uma universidade federal no Nordeste Gaúcho.
Ministro Camilo esperou por comitiva gaúcha no aeroporto
O ministro da Educação, Camilo Santana, teve problemas no voo no retorno à Brasília na terça-feira e não pôde receber pessoalmente a comitiva que foi ao Palácio do Planalto. Por isso, ele participou virtualmente da reunião. Porém, quando parte da comitiva chegou ao Aeroporto de Brasília para retornar, por volta das 21h30min, foi surpreendida pelo ministro, que aguardava para uma foto. Camilo (ao lado da deputada federal Denise Pessôa na foto acima) reiterou o interesse no projeto e reafirmou apoio à criação da universidade federal.
– Sabia que minha chegada seria próxima ao embarque e resolvi esperar vocês – disse ele.
Na foto acima, a partir da esquerda: Roberto Nascimento, assessor do deputado estadual Pepe Vargas (PT); Silvana Piroli, presidente do Sindiserv; Pepe Vargas; Denise Pessoa; ministro Camilo Scanta; vereador Lucas Caregnato (PT); deputado federal Alexandre Lindenmeyer (PT); e deputada estadual Sofia Cavedon (PT).
O grupo saiu ainda mais otimista com a conversa, desta vez frente a frente com o ministro da Educação.
Fonte: Pioneiro
Foto: Bianca Moura / Divulgação
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