Guia estadual propõe plano de parto para assegurar desejos e preferências da gestante
Lançado neste ano, o Guia do Pré-natal e Puerpério na Atenção Primária à Saúde é reflexo da importância do cuidado materno-paterno-infantil para o Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Elaborado pelo Departamento de Atenção Primária e Políticas de Saúde da Secretaria Estadual da Saúde (SES), uma das novidades desta edição revisada e ampliada é a inclusão do plano de parto como estratégia de qualificação do pré-natal, parto e pós-parto.
Documento essencial que deve ser trabalhado por profissionais da saúde, pessoa gestante e acompanhante, o plano de parto é um instrumento pelo qual são expressos os desejos e preferências sobre o processo de parir e as práticas assistenciais recomendadas. Como ferramenta, o planejamento estimula a confiança e favorece a comunicação com a equipe hospitalar, do pré-natal à maternidade.
O Guia é dividido em cinco seções: planejamento sexual e reprodutivo; abordagem pré-concepcional; acompanhamento da gestação na Atenção Primária à Saúde; estratificação de risco gestacional; e consulta puerperal. Sua implementação está dentre as ações do ciclo da Rede Bem Cuidar (RBC) para os anos 2024 a 2027, cujo foco será o pré-natal.
Como funciona
O plano de parto deve ser elaborado em conjunto entre a pessoa gestante, acompanhante e profissionais da saúde, durante as consultas de pré-natal. Ao longo das consultas, a equipe deve explicar as condutas que podem ser adotadas durante o trabalho de parto, parto e pós-parto, tais como:
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práticas assistenciais recomendadas e não recomendadas
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opções disponíveis para alívio da dor
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orientações sobre os direitos da pessoa gestante
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possibilidade de intercorrências e necessidade de escolher outra via de parto (exemplo: cesárea)
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identificação de pessoas e apoio que estarão presentes
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posições corporais que deseja adotar durante o trabalho de parto e parto
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cuidados consigo e com o recém-nascido(a), considerando valores e necessidades pessoais, contribuindo para evitar intervenções indesejadas e/ou desnecessárias
Garantia de direitos
De acordo com a chefe de Divisão das Políticas dos Ciclos de Vida/Saúde da Mulher, Gisleine Lima da Silva, a importância do plano de parto se justifica pela garantia de direitos, pela humanização e pelo respeito à autonomia e à participação ativa no processo de tomada de decisões. Além disso, o registro construído ao longo do acompanhamento pré-natal tem o intuito de reduzir intervenções invasivas, melhorar a comunicação entre profissionais e usuárias e assegurar a continuidade do cuidado, garantindo melhores resultados obstétricos e neonatais.
O plano de parto pode ser preenchido de forma gradual durante o pré-natal, em consultas individuais ou em atividades coletivas, e deve ser entendido como um documento flexível e equilibrado com a histórica clínica, observando que quaisquer alterações sejam discutidas com a pessoa gestante e seu/sua acompanhante. Recomenda-se que seja feita uma cópia do plano, para que o original fique com a gestante e a cópia seja entregue no hospital em que ocorrerá o parto.
Puerpério
Na primeira consulta de puerpério na Atenção Primária à Saúde é importante que os profissionais conversem com a puérpera sobre como o parto ocorreu, se houve intercorrências durante o parto e o pós-parto imediato e sobre como foi a experiência, para elaborar um plano de cuidados para a continuidade da assistência no puerpério.
O modelo de plano de parto adotado como diretriz da SES pode ser acessado aqui:
Acesse o Guia do Pré-natal e Puerpério na APS completo aqui:
https://admin.atencaobasica.rs.gov.br/upload/arquivos/202402/08135703-guia-do-pre-natal-2024-5.pdf
Texto: Mariana Ribeiro/SES
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