RS tem queda no número de homicídios e feminicídios em março
Dados foram divulgados na manhã de quinta-feira (4) pela Secretaria da Segurança Pública (SSP)
Os casos de homicídios e feminicídios tiveram queda no Rio Grande do Sul no mês de março deste ano, na comparação com o mesmo período de 2023. Os registros por latrocínio (roubo com morte) se mantiveram. Outros tipos de crimes, como de roubos de veículo e abigeato, também apresentam baixa nos períodos. Os dados foram divulgados na manhã desta quinta-feira (4) pela Secretaria da Segurança Pública (SSP).
Em relação aos homicídios, foram 103 registros em março deste ano, uma queda de 40% na comparação com o mesmo mês de 2023, que teve 172 casos.
É o segundo mês consecutivo em que o Rio Grande do Sul apresenta queda de homicídios — em fevereiro deste ano, foram registrados 151 assassinatos, enquanto no mesmo período de 2023 haviam sido 163 vítimas, uma redução de 7%.
Conforme a SSP, o índice alcançado em março é o menor em comparação com qualquer outro mês desde o início da série histórica, em 2010.
O titular da secretaria, Sandro Caron, destacou o compromisso das instituições vinculadas à pasta para "reduzir cada vez mais os indicadores de criminalidade".
"As ações integradas entre a Brigada Militar e a Polícia Civil têm sido essenciais para a queda dos crimes no Estado. Destaco o trabalho de cada homem e mulher da segurança pública para os resultados que estamos obtendo e reforço que vamos apertar ainda mais o cerco contra o crime organizado para ampliar a redução", disse em material divulgado pelo governo.
Em Porto Alegre também houve baixa, de 30 para oito casos, nos últimos dois meses de março, o que representa 73% de redução. Outros municípios também tiveram retração, como Passo Fundo (64%) e Tramandaí (83%). Se considerados os 23 municípios do programa RS Seguro, que foca nas cidades populosas e estratégicas do RS, a redução foi de 56%.
A diminuição dos homicídios em março resultou na redução do acumulado do ano. O primeiro trimestre de 2024 teve 52 casos a menos do que o mesmo período de 2023, uma queda de 10%. Se considerados os municípios do RS Seguro, a queda foi de 17%.
O chefe da Polícia Civil, delegado Fernando Sodré, afirma que mais de 80% dos homicídios no Estado têm ligação com o tráfico de drogas ou ocorre em razão de disputas entre facções criminosas.
— A maioria desses assassinatos ocorre nesses conflitos. Quando você mostra que esses grupos criminosos vão sofrer prejuízos, vão ser responsabilizados, caso cometam ou ordenem assassinatos, eles começam a puxar o freio de mão. E temos buscado responsabilizar não somente os executores, mas mandantes dos crimes — diz Sodré.
Latrocínio em queda
Os registros de latrocínio se mantiveram iguais: foram seis casos registrados tanto em março de 2023 quanto de 2024. No trimestre, o índice de roubo com morte teve redução de 31%. Eram 16 casos em 2023 e foram 11 em 2024.
No entanto, na comparação com fevereiro deste ano, que não teve nenhum registro deste crime, março apresenta aumento. O secretário Caron afirma que as polícias gaúchas atuam para reduzir o número e que o combate aos crimes contra o patrimônio, como no caso dos roubos, é uma das prioridades de sua gestão.
— Se o roubo não for reprimido, a situação pode evoluir para um latrocínio. E diminuímos os casos de roubo a pedestre, de veículo, a transporte coletivo. Com os latrocínios, temos total preocupação e por isso colocamos tanta energia nos trabalhos que visam prender assaltantes.
Violência contra a mulher
Os casos de feminicídio (quando mulheres são mortas em contexto de gênero) tiveram retração de 70% em março de 2024. Em 2023, o período teve 10 casos de assassinatos de mulheres, e neste ano foram três.
Segundo o governo do Estado, nenhuma das vítimas mortas em março deste ano tinha medida protetiva de urgência (MPU). No trimestre, o crime aponta redução de 19%, comparando os 26 registros de 2023 com as 21 ocorrências em 2024.
O chefe da Polícia Civil, delegado Sodré, avalia que a queda é resultado da "união de estratégias" das forças de segurança no combate a violência contra a mulher.
— Nós ampliamos canais de acesso à polícia, como com a Delegacia Online da Mulher, que tem mais de 2 mil ocorrências registradas, mostrando que serve para ajudar as mulheres a denunciarem seus agressores. Temos também o programa de monitoramento de agressores, por meio de tornozeleira eletrônica. Nós sabemos que o crime de violência contra a mulher tem uma dinâmica diferente, em que a polícia tem menos capacidade de interferir, porque ocorre dentro das casas. Então, temos estratégias para ajudar essas vítimas a procurarem as polícias.
Reduções de crimes patrimoniais
O governo afirma que uma das prioridades das forças de segurança é reduzir crimes patrimoniais no Estado, já que "roubos e furtos impactam diretamente a sensação de segurança e a qualidade de vida da população", diz a SSP no material divulgado.
No caso de roubo a pedestres, houve queda consecutiva pela sétima vez. Os 1.411 casos computados representam uma redução de 44% em comparação com março de 2023.
Os roubos de veículo tiveram o menor total para qualquer mês já registrado desde 2010. Foram 211 casos contabilizados em março de 2024, uma redução de 48% em relação ao mesmo mês de 2023. O trimestre também encerrou em queda. Enquanto, em 2023, mais de mil veículos foram roubados, no primeiro trimestre de 2024, foram 759 registros, uma queda de 37%.
Em Porto Alegre, foram 73 registros de roubo de veículo no mês, uma redução de 54% em comparação com os 157 casos contabilizados no mesmo período de 2023. Assim como no Estado, esse é o menor total da série histórica também na Capital.
As ocorrências em estabelecimentos comerciais e no transporte coletivo também tiveram redução no mês de março, no Estado. A diminuição de ocorrências no comércio foi de 29%. No transporte público, a queda foi mais expressiva — 66%.
Crimes no campo
Tanto o mês de março quanto o primeiro trimestre encerraram com quedas em relação aos crimes de abigeato, que abrangem os furtos cometidos no campo. No mês, a redução foi de 29%. Desde janeiro, esse tipo de crime acumula queda de 26,5%.
Nos últimos anos, foram criadas as Delegacias de Polícia Especializadas na Repressão aos Crimes Rurais e de Abigeato (Decrab), que atualmente contam com quatro unidades regionais no Estado, além da Delegacia de Polícia Online do Agro (Agrodol). A Brigada Militar tem atuação permanente de policiamento e gestão nas áreas rurais e de fronteira.
Fonte: GZH
Foto: Polícia Civil / Divulgação
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