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Vendas da indústria do RS tiveram queda de 87% em momento mais crítico da enchente

  • Data: 22/Jul/2024

Boletim da Secretaria estadual da Fazenda (Sefaz) aponta que o pico da queda ocorreu entre 10 e 17 de maio, quando estado registrava mais de 400 mil pessoas fora de casa.

 

Um balanço do governo estadual aponta que as vendas da indústria gaúcha no momento mais crítico para o setor na enchente tiveram uma queda de 87% em comparação com o mesmo período do mês anterior. O boletim da Secretaria da Fazenda (Sefaz) leva em consideração o período entre 10 e 17 de maio, quando mais de 400 mil pessoas estavam desabrigadas ou desalojadas.

Em comparação com maio de 2023, o acumulado de vendas no mês apresentou um recuo de 27%. Já na relação trimestral (março, abril e maio), a queda foi de 11,3% comparada com os meses anteriores.

Dentro das indústrias, os segmentos mais afetados foram o coureiro-calçadista e o metalomecânico, com recuos de 42,5% e 39,6%, respectivamente.

Segundo o governo, o impacto está associado, principalmente, aos danos ao patrimônio das companhias, à queda da demanda e a questões logísticas, como o fechamento do Aeroporto Salgado Filho, que deve retomar parcialmente as operações em outubro.

Um levantamento da Receita Estadual revela que das 47,5 mil empresas do ramo industrial, 93% estão em municípios atingidos pelas enchentes.

As informações da Sefaz foram calculadas a partir das notas fiscais eletrônicas e dos guias de arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

O balanço da Sefaz levou em consideração o desempenho do varejo, atacado e da indústria, que, entre os três setores, foi o mais afetado nas vendas.

O setor atacadista apresentou uma queda nas vendas de 79% em maio na comparação com o mês anterior. As perdas estão associadas às interdições das rodovias e à perda de produtos estocados por força da água. A redução na comercialização chegou a 50% nos segmentos de pneumáticos e borrachas, assim como no de resíduos e sucatas.

O setor varejista teve um recuo menor comparado com o atacado e a indústria, chegando a 16% em maio quando comparado com o mesmo mês do ano passado. A queda menos intensa, segundo a Receita Estadual, pode ser atribuída à alta procura por alimentos e itens limpeza para consumo próprio e para distribuição a desabrigados.

Capacidade de comprar produtos essenciais foi afetada

Uma pesquisa do Cartórios de Protesto RS aponta que 7 em cada 10 moradores da Região Metropolitana de Porto Alegre tiveram a capacidade de comprar produtos essenciais afetada. O estudo foi realizado entre 25 de junho e 3 de julho, presencialmente, nos municípios de Porto Alegre, Canoas, Eldorado do Sul, Guaíba e São Leopoldo. Ao todo, 500 pessoas foram entrevistadas.

Mais da metade dos entrevistados revelaram ter perdido bens materiais. Além disso, seis em cada dez tiveram a renda impactada pelas enchentes.

Metade dos entrevistados deixou de pagar contas devido às enchentes. A fatura do cartão de crédito foi o meio que mais sofreu inadimplência, chegando a 26%. Em seguida, aparecem as contas de água e luz, com 14%. Dos entrevistados, 12% afirmam que não pagaram serviços de telefone, TV por assinatura ou streaming.

Números da tragédia no RS

Os temporais e as cheias que atingiram o Rio Grande do Sul deixaram 182 vítimas, segundo o mais recente boletim da Defesa Civil, divulgado em 10 de julho. 29 pessoas seguem desaparecidas e 806 ficaram feridas.

Dos 497 municípios do estado, 478 registraram transtornos relacionados aos temporais, afetando quase 2,4 milhões de pessoas.

As ruas, avenidas, estradas e rodovias atingidas pela inundação somam uma distância suficiente para atravessar Brasil de norte a sul ou de leste a oeste, segundo o Mapa Único do Plano Rio Grande (MUP).

Fonte: G1 RS

Foto: Reprodução/RBS TV

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