Qual a forma correta de lavar as mãos? Prática previne uma série de doenças
Hábito é eficaz na prevenção de enfermidades virais e bacterianas, como conjuntivite, influenzas, covid-19, rotavírus, meningite, pneumonia e toxoplasmose
A higiene correta das mãos leva apenas 20 ou 30 segundos e pode evitar a infecção por diversas doenças. O hábito é capaz de prevenir a entrada de milhares de vírus no organismo. Você conhece a técnica correta de lavar as mãos?
Com exceção de doenças transmissíveis por picadas de insetos, a prática é efetiva na prevenção de doenças virais e bacterianas, como conjuntivite, influenzas, covid-19, rotavírus – causador da diarreia – , meningite, pneumonia e toxoplasmose.
O processo total de higienização das mãos costuma durar até 30 segundos, mas não há uma regra de tempo exato. Para eliminar possíveis vírus ou bactérias, é importante lavar todos os lados das mãos.
— Temos de higienizar a palma da mão, o dorso (parte externa), entre os dedos, lembrando que o dedão também faz parte. A ponta dos dedos, que talvez seja o que as pessoas mais esquecem e é onde mais suja, temos que esfregar — orienta Teresa Sukiennik, chefe do Serviço de Controle de Infecção da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.
Diego Falci, infectologista do Hospital São Lucas e professor na Escola de Medicina da PUCRS, recomenda que as regiões sejam esfregadas de forma contínua e que o processo seja estendido até os punhos. Teresa faz outro alerta:
— As unhas acumulam sujeira e, consequentemente, bactérias. Quem usa unhas longas deve fazer uma higiene com uma escovinha ou com uma espátula embaixo das unhas diariamente.
Lavar as mãos é o principal hábito de higiene pessoal e o mais importante ato de prevenção de transmissão dentro de um hospital. Os especialistas salientam que é simples, com necessidade apenas de água e sabonete. Eles aconselham a evitar o uso de detergentes, que podem ser agressivos à pele. Falci ressalta:
— A higienização das mãos é uma das medidas mais importantes para a prevenção de infecção e também é uma das mais simples e mais barata. É fundamental que a gente lave as mãos antes de comer, antes de preparar a comida, de lidar com alimentos, depois de usar o banheiro. É importante também que a gente higienize as mãos, após espirrar, tossir, assoar o nariz.
Uma opção ao uso da água com sabonete é o álcool em gel, que torna o processo ainda mais rápido e mantém o nível de eficácia. A escolha de marcas e composição dos sabonetes é indiferente, apontam os especialistas.
Importância da descoberta no século 19
A relevância do hábito foi observada no século 19, pelo médico húngaro Ignaz Semmelweis, responsável por implementar a prática de lavar as mãos dentro de hospitais e clínicas da época.
Por volta dos anos 1840, Semmelweis notou que mulheres grávidas cujo partos eram realizados por médicos tinham uma taxa de mortalidade maior, com quadros de febre puerperal, do que as que eram atendidas por freiras ou parteiras. Então, o húngaro observou que isto poderia ter relação com as autópsias que os médicos realizam na faculdade de Medicina, antes de atender às mulheres.
— O Semmelweis concluiu que era algo relacionado aos cadáveres, que eles (médicos e estudantes) poderiam estar levando partículas cadavéricas dos corpos que realizam aulas de anatomia, autópsias, para dentro dos hospitais e clínicas, algo que podia infectar as mulheres grávidas que eles atendiam — conta Falci.
A partir da observação, Semmelweis implementou um sistema obrigatório de higienização das mãos antes de qualquer atendimento aos pacientes. Com a prática, houve uma redução nos índices de mortalidade e o húngaro, mesmo sem compreender qual bactéria causava a febre puerperal, identificou o hábito de lavar as mãos como uma importante e eficaz forma de prevenção.
— Foi a primeira vez em que a higiene de mãos apareceu como um grande fator de proteção para os pacientes. O interessante da história é que isso aconteceu muito antes dele entender o porquê da febre, na época ninguém conhecia bactérias e vírus, mas foi um fato bastante importante essa percepção — salienta a infectologista Teresa.
Fonte: Gaúcha ZH
Foto: Alexander Raths / Shutterstock
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