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Saiba como identificar os sinais do Transtorno de Estresse Pós-Traumático

  • Data: 02/Set/2024

Doença mental é considerada a mais frequente após um desastre como o que foi vivenciado pela população gaúcha com a enchente de maio. Reconhecimento dos sintomas pode fazer a diferença para a intervenção

Uma pesquisa inédita do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) revelou que 42% dos entrevistados desenvolveram sintomas de Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) após a enchente que atingiu o Estado em maio deste ano. Apesar de ser lembrada pelos filmes de guerra, a patologia é pouco conhecida em países como o Brasil.

Porém, de acordo com a coordenadora do estudo, professora do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e coordenadora do Grupo de Pesquisa em Psiquiatria Psicodinâmica do HCPA, Simone Hauck, é a doença mental mais frequente depois de um desastre como o que foi vivenciado.

 

Por isso, a especialista chama a atenção para os sinais do TEPT e como identificá-lo. Simone destaca que o transtorno pode ser silencioso, mas existem sintomas que auxiliam no seu reconhecimento. Um dos mais característicos é relativo aos flashbacks, em que a pessoa se sente novamente transportada para a ocasião do evento traumático.

Sintomas mais comuns do Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT)

  • Revivência: re-experienciação dos eventos traumatizantes. Desencadeada por gatilhos, a sensação é de que o cérebro retorna aos momentos estressores. São os famosos ‘flashbacks’ ou pesadelos
  • Evitação: para não passar pela revivência, a pessoa passa a evitar locais, situações e memórias que possam remeter ao evento traumático. É como um mecanismo de defesa do perigo
  • Distorção da cognição e do humor: causa uma perspectiva negativa sobre si e sobre o mundo, distorcendo a realidade
  • Hiperexcitabilidade: relacionada a sintomas de ansiedade e sono, como coração disparado, hipervigilância e crise de pânico.
  • Culpa: reação automática do ser humano, mas que atrapalha a recuperação.

Outro ponto destacado pela pesquisadora é que a doença conta com uma janela de intervenção de até um anoo que pode auxiliar a impedir que o TEPT se instale de forma crônica.

Fonte: Gaúcha ZH

Foto: LIGHTFIELD STUDIOS / stock.adobe.com

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