Pesquisa encontra alterações cerebrais semelhantes às de Alzheimer em pacientes com covid longa
Estudo sugere que essas condições podem pode abrir caminhos para novos tratamentos
Um estudo revelou que os comportamentos cognitivos observados em pacientes com covid longa são semelhantes aos encontrados em pessoas com Alzheimer e outras demências. A pesquisa do Centro Sanders-Brown sobre Envelhecimento, da Universidade de Kentucky buscou compreender a névoa cerebral, um dos sintomas persistentes da covid-19.
A covid longa dura entre dois e seis meses, em média, mas pacientes muito graves podem ter sequelas duradouras. A névoa cerebral inclui sinais como perda de memória, confusão mental e dificuldade de concentração, que podem perdurar por meses após a recuperação da infecção do coronavírus.
Segundo Yang Jiang, uma das autoras do estudo, a desaceleração e a alteração no comportamento cerebral em pacientes com covid longa são semelhantes às observadas no Alzheimer e em demências relacionadas.
A análise sugere que essas condições podem compartilhar mecanismos biológicos subjacentes, o que pode abrir caminhos para estudar novos tratamentos.
Tanto a covid longa quanto a doença de Alzheimer envolvem neuroinflamação, ativação de células de suporte do cérebro chamadas astrócitos e atividade cerebral anormal, fatores que contribuem para deficiências cognitivas significativas.
Astrócitos
Um dos principais achados do estudo é o papel dos astrócitos, células de suporte do sistema nervoso que são menos estudadas do que os neurônios. A pesquisa sugere que a ativação ou o dano dessas células pela covid-19 pode causar disfunções sinápticas, levando à atividade cerebral anormal.
Os pesquisadores acreditam que o trabalho pode ter um impacto direto no atendimento ao paciente. Para eles, o exame de eletroencefalografia (EEG) pode ajudar prever resultados de longo prazo em pacientes com covid longa e avaliar a eficácia de tratamentos que previnam declínio cognitivo.
Fonte: Gaúcha ZH
Foto: Bianca Zanella / stock.adobe.com
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