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RS chega a 43 mil mortes por Covid desde o início da pandemia e registra desaceleração nos óbitos

  • Data: 09/Set/2024

Especialistas enxergam "aumento sutil" no número de casos e baixa procura pela vacina no Estado

O Rio Grande do Sul alcançou, em agosto, a marca de 43 mil mortes por Covid-19. Até a última sexta-feira (6), o estado somava 43.005 vítimas do coronavírus desde o início da pandemia em 2020. Apesar disso, o número sofreu uma grande desaceleração nos últimos dois anos.

Mesmo com a redução do ritmo das mortes pela doença, especialistas enxergam um aumento sutil no número de casos e uma baixa procura pela vacina no estado. Muitas pessoas ainda têm dúvidas se, depois de quatro ou cinco doses aplicadas, podem ou não se vacinar (entenda abaixo).

Desaceleração nas mortes, atenção com os casos

No pior momento da pandemia, em março de 2021, 5 mil pessoas morreram de Covid no RS em apenas 17 dias. Agora, as últimas 3 mil mortes ocorreram em um intervalo de 777 dias — 2 anos e 2 meses.

Apesar da redução do intervalo entre as mortes, o coronavírus segue no ar. No Brasil, um levantamento da Fiocruz mostra que os casos graves de Covid vêm crescendo, e a vacinação está abaixo do esperado.

A especialista em saúde Letícia Garay Martins, do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), afirma que já se observa um "aumento sutil" na presença do Sars-CoV-2 no RS.

— Assim como outros estados, também estamos percebendo um aumento da circulação do vírus — diz.

A orientação, de acordo com Letícia, é para que as pessoas cumpram as medidas de proteção quando apresentarem quadros respiratórios, não só com Covid, mas com outras vírus de transmissão respiratória.

Vacinação

Especialistas apontam que a melhora no cenário em relação às mortes se deu graças à vacinação. No Rio Grande do Sul, 9,9 milhões de pessoas tomaram ao menos uma dose do imunizante. O número equivale a cerca de 88% da população atual do estado, de 11,2 milhões de pessoas. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde (SES), cerca de 60% da população vacinável completou o esquema vacinal com mais doses.

— Com a questão do próprio sucesso da vacinação e com a retomada das nossas rotinas, as pessoas perderam o medo — diz Augusto Crippa, chefe do Núcleo de Imunizações Zona Sul da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Porto Alegre.

Augusto Crippa afirma que a procura por vacinas aumenta quando há algum anúncio de recomendação, mas que, atualmente, o interesse da população do RS em se imunizar é baixo.

 — A gente tem percebido uma procura cada vez mais baixa da vacina — observa o enfermeiro da SMS.

Quem deve se vacinar contra a Covid:

Segundo Augusto, se a pessoa procurar uma unidade e for avaliada que não é de grupo prioritário, ela não vai receber a vacina. Já quem nunca recebeu uma dose pode receber uma, explica.

Quem nunca se vacinou: pode se vacinar

Pessoas que nunca receberam uma dose da vacina contra o coronavírus podem se vacinar, independente da faixa etária ou grupo social. A dose aplicada é uma monovalente e está atualizada ao tipo de vírus com a circulação predominante no Brasil, o tipo XBB da ômicron.

 — A ômicron é a última variante de importância que a gente teve, e ela já sofreu várias mutações. A XBB é ramificação da variante ômicron —comenta Letícia Garay Martins, do Cevs.

Quem já se vacinou ao menos uma vez:

Crianças de seis meses a 5 anos: qualquer pessoa

A vacina monovalente XBB está no calendário de rotina das crianças de 6 meses a menores de 5 anos.

Indicação de duas doses com um intervalo mínimo de quatro semanas. Porto Alegre registra falta de doses para atender crianças (de seis meses a 12 anos) em razão de um desabastecimento nacional, segundo a SMS.

A partir dos 5 anos de idade: só quem faz parte dos grupos prioritários

Uma dose semestral para:

  • Pessoas com 60 anos ou mais
  • Imunodeprimidos (pacientes com o sistema imune fragilizado por conta de determinadas condições, com risco maior para doenças infecciosas)
  • Gestantes
  • Puérperas (45 dias após o parto)

Uma dose anual para:

  • Pessoas que vivem em instituições de longa permanência
  • Pessoas que trabalham em instituições de longa permanência
  • Indígenas
  • Ribeirinhos
  • Quilombolas
  • Trabalhadores da saúde
  • Pessoas com deficiência permanente
  • Pessoas com comorbidades (doenças crônicas, entre outras)
  • Pessoas privadas liberdade com mais de 18 anos
  • Funcionários de presídios
  • Adolescentes e jovens em medidas socioeducativas
  • Pessoas em situação de rua

Fonte: Gaúcha ZH

Foto: Bruno Todeschini / Agencia RBS

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