Medicina preventiva é aliada para um envelhecimento saudável
Prevenção otimiza a capacidade funcional, melhora a qualidade de vida e preserva a autonomia do idoso, aponta especialista
A população gaúcha está envelhecendo. Segundo o Censo de 2022, divulgado neste ano pelo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Rio Grande do Sul é o Estado que tem o maior percentual de idosos no país, com 2,1 milhões de pessoas acima dos 60 anos (20,15% dos gaúchos).
Com a idade, cresce a necessidade de mais atenção à saúde física e mental, destacando a medicina preventiva. Conforme o geriatra Alan Stapassoli, médico cooperado da Unimed Porto Alegre, a prevenção otimiza a capacidade funcional, melhora a qualidade de vida e preserva a autonomia do idoso.
— O mundo está envelhecendo, e o aumento da expectativa de vida é uma realidade. As pessoas têm procurado cada vez mais recursos para manter sua autonomia e funcionalidade — relata Stapassoli.
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS) define envelhecimento saudável como um processo contínuo de otimização da habilidade funcional, promovendo independência e qualidade de vida. A recomendação da OMS baseia-se em quatro pilares: saúde (bem-estar biopsicossocial), participação (social, cidadania, cultural e espiritual), segurança e aprendizagem ao longo da vida. Stapassoli complementa que a atuação médica na medicina preventiva ocorre em três níveis:
— Na prevenção primária, algum distúrbio pode ser prevenido por vacinas ou mudanças comportamentais. Na secundária, usamos estratégias para diagnosticar doenças precocemente. Já na terciária, controlamos uma doença crônica existente, para evitar complicações futuras.
A tecnologia é uma aliada da prevenção, facilitando diagnósticos e tratamentos. Como exemplos, temos exames de imagem que detectam anomalias antes de sintomas, dispositivos como relógios inteligentes, telemedicina e inteligência artificial. Eles processam grandes volumes de dados para avaliação de riscos.
Hábitos saudáveis e visitas frequentes ao médico são essenciais para ambos os sexos. Porém, os homens mostram mais resistência. Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), apenas 32% dos homens acima de 40 anos se preocupam com a saúde e 46% só vão ao médico ao sentirem algum sintoma. Daí a relevância de campanhas como o Novembro Azul, que alerta para o diagnóstico precoce do câncer de próstata.
Cuidados preventivos:
- Manter uma rotina de acompanhamento médico, evitar a automedicação e seguir as orientações profissionais
- Manter uma alimentação saudável, preferindo os alimentos pouco processados e reduzir o consumo de gorduras, sal e açúcar
- Realizar atividades físicas regulares. Exercícios trazem diversos benefícios, como controle do peso, melhora da flexibilidade, manutenção dos músculos, melhora das funções orgânicas e cognitivas
- Evitar o tabagismo
- Seguir as recomendações do seu médico com relação às vacinas
- Evitar o isolamento social, interagir com as pessoas, fazer novos amigos e manter um pensamento positivo
Fontes: Alan Stapassoli, geriatra e médico cooperado da Unimed Porto Alegre | Gaúcha ZH
Foto: Bruno Todeschini / Agencia RBS
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