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Diabetes tende a piorar na terceira idade; saiba quais são os principais cuidados

  • Data: 13/Nov/2024

Prevalência da doença, causada pela produção insuficiente ou pela má absorção de insulina, é maior na velhice. Controle está diretamente ligado aos hábitos do dia a dia

Como está a sua glicose? A terceira idade é a faixa etária com a maior prevalência de diabetes, e os cuidados com essa doença crônica ganham destaque neste mês, que tem o Dia Mundial do Diabetes, em 14 de novembro.

A doença é causada pela produção insuficiente ou pela má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue e fornece energia para o organismo. O aumento do nível de açúcar na corrente sanguínea pode acarretar uma série de complicações: no coração, nas artérias, nos olhos, nos rins e nos nervos. Em casos de maior gravidade, a enfermidade pode levar a amputações de membros e até matar. Há dois tipos de diabetes, o 1 e o 2 (leia mais abaixo).

O controle da doença está diretamente ligado aos hábitos do dia a dia. A médica endocrinologista Taíse Rosa de Carvalho, do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), explica que o manejo tende a ficar um pouco mais difícil na velhice.

O diagnóstico costuma ser feito depois dos 40 ou 50 anos, e com o passar do tempo ocorre uma piora na produção de insulina dos pacientes do tipo 2, causada, em geral, por uma resistência insulínica: o corpo produz o hormônio, mas ele não age direito.

— É comum que o diabetes comece a piorar, mesmo que o paciente se cuide. Claro que, se ele tem boa alimentação, faz exercícios e toma a medicação, essa taxa de piora tende a ser menor. Mas se o paciente já tem dificuldade de controle, pode ser pior — alerta Taíse.

A idade e o estado de saúde são avaliados para definir o tratamento, observa o endocrinologista Rodrigo Lamounier, diretor do Departamento de Diabetes da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O foco é na funcionalidade do paciente.

— Se é um idoso forte e ativo, ele terá tratamento semelhante ao de um adulto. Para um idoso mais frágil, com muitas limitações, adaptamos o tratamento propondo metas de glicose não tão rigorosas, já que ele está mais suscetível a problemas — diz Lamounier.

Os principais cuidados estão relacionados à alimentação, atividade física e medicação. Confira algumas dicas a seguir.

Alimentação

  • Evite o excesso de carboidratos (pães, bolachas, bolos).
  • É fundamental ingerir proteínas, presentes em carnes e ovos. A deficiência proteica pode contribuir para a perda de massa muscular.
  • Converse com seu médico sobre a necessidade e a adequação de fazer uma suplementação proteica.

Atividade física

  • É preciso força de vontade, determinação e disciplina para manter uma rotina regular de atividade física. Há uma tendência natural ao sedentarismo na terceira idade.
  • Manter-se ativo ajuda no controle de todas as doenças crônicas. Para o diabetes, a prática consistente é fundamental.
  • Os exercícios de força (musculação, treinamento funcional) são os mais importantes para o público a partir de 60 anos. A sensibilidade à insulina está muito ligada à massa muscular, explica o endocrinologista Rodrigo Lamounier, e a perda de massa muscular piora o controle da glicose.
  • A musculação é importantíssima, mas lembre-se de que toda e qualquer atividade física se mostra benéfica para o controle do diabetes.
  • A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a população adulta é de um mínimo de 150 minutos semanais de atividade de intensidade moderada ou 75 minutos de atividade intensa. O tempo total sugerido pode ser dividido em mais de uma sessão.

Medicamentos

  • Com frequência, o idoso toma diversos medicamentos, e é fundamental se organizar para não se esquecer de nenhum. O médico de referência pode prestar uma ajuda importante para essa organização. Um familiar também pode contribuir para que nenhum item seja esquecido.
  • Analise qual método funciona melhor para você. Se for preciso, ajuste o despertador para não passar do horário. O ideal é que os remédios do diabetes sejam tomados, se não sempre no mesmo horário, pelo menos sempre no mesmo turno. Segundo a endocrinologista Taíse Rosa de Carvalho, uma variação muito grande impacta no controle da glicose.

O que é diabetes

Doença causada pela produção insuficiente ou pela má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue e fornece energia para o organismo.

O aumento do nível de açúcar na corrente sanguínea pode levar a complicações no coração, nas artérias, nos olhos, nos rins e nos nervos. Em casos mais graves, o diabetes pode matar.

Tipos de diabetes

Tipo 1

Aparece geralmente na infância ou na adolescência, mas pode ser diagnosticado também em adultos. O pâncreas sofre um ataque do próprio sistema imunológico da pessoa: os anticorpos se voltam contra o órgão, passando a atacá-lo, e ocorre a perda da capacidade de produzir insulina.

É uma doença aguda, mais perceptível. Em geral, o paciente emagrece sem motivo, sente fraqueza, passa a urinar diversas vezes ao dia e tem muita fome e sede. Corresponde a cerca de 5% a 10% do total de diabéticos no país.

O tratamento inclui uso diário de insulina e/ou outros medicamentos para controlar a glicose.

Tipo 2

Costuma ser diagnosticado após os 40 anos, mas pode aparecer antes. Ocorre quando o corpo não aproveita de forma adequada a insulina produzida pelo pâncreas. Cerca de 90% dos diabéticos no Brasil têm o tipo 2.

Antes, há o estágio chamado de pré-diabetes, quando a glicose já está alterada. Ao contrário do tipo 1, aparece silenciosamente.

Tem relação com sobrepeso, obesidade, sedentarismo, triglicerídeos elevados, hipertensão, hábitos alimentares inadequados e envelhecimento.

O indivíduo que engorda muito exige mais do pâncreas. A gordura aumentada na região da barriga produz substâncias que atrapalham a ação da insulina. Muitas vezes, o peso não é tão elevado, mas o indivíduo tem barriga. O excesso de peso atestado pelo índice de massa corporal (IMC) é importante, mas, às vezes, pessoas com IMC normal e muita gordura na barriga têm risco aumentado para o diabetes.

Fonte: Gaúcha ZH

Foto: Krakenimages.com / stock.adobe.com

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