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É possível contrair HPV na academia? Veja o que dizem especialistas

  • Data: 21/Jan/2025

Em vídeo, estudante relata ter sido infectada com o vírus em aparelho contaminado enquanto realizava atividade física

Um vídeo no TikTok em que uma mulher de 24 anos afirma ter contraído HPV ao utilizar um equipamento da academia viralizou nas redes sociais. No entanto, especialistas afirmam que não é possível contrair a infecção por meio de objetos e nenhuma outra superfície.

Em relato, a jovem Victoria Sartorelli, estudante de medicina, percebeu o surgimento de uma verruga no dedo, e, ao consultar um especialista, foi informada que a protuberância era causada pelo vírus HPV (veja o relato abaixo).

A informação repercutiu e assustou alguns internautas. "Novo medo desbloqueado", escreveu uma usuária nos comentários. "Você alugou um tríplex na minha cabeça", afirmou outra. Apesar de ser contada com a intenção de alertar outras pessoas, a história deve ser ouvida com cautela

É possível contrair HPV na academia?

Conforme a ginecologista e especialista em saúde feminina Mariana Mendes Rodrigues, não é possível contrair o HPV em aparelhos de academia e em nenhuma outra superfície. 

— É necessário contato pele a pele para que ocorra essa transmissão — explica a ginecologista. 

A infectologista e virologista da Santa Casa Cynara Carvalho Nunes reforça a informação. Ela explica que, para que ocorra esse tipo de contaminação, a pele da pessoa infectada deve estar lesionada. 

— Se alguém foi infectado, o vírus permanece no organismo. Entretanto, para transmitir o HPV para outra pessoa, é preciso que esta tenha uma lesão ativa  — salienta.

No portal do Instituto Nacional de Câncer (INCA), a explicação sobre transmissão do HPV ressalta que não está comprovada a possibilidade de contaminação por meio de objetos, do uso de vaso sanitário e piscina ou pelo compartilhamento de toalhas e roupas íntimas. 

HPV tem variações

O papilomavírus humano, ou HPV, é um vírus com mais de 200 tipos. No caso relatado nos vídeos publicados pela estudante, o quadro não se trata de uma infecção sexualmente transmissível (IST).

Mariana afirma que situação do vídeo é causada por uma variação comum e menos agressiva do patógeno. Esse tipo é diferente do procurado em exames ginecológicos.

— O HPV que pesquisamos em exames preventivos são os tipos oncogênicos, que podem causar lesões no colo do útero — esclarece a médica. — O restante se manifesta como verrugas simples, que não possuem grande repercussão clínica.

De acordo com Cynara, essas variações pouco prejudiciais do HPV são extremamente comuns, inclusive em crianças. Nesses casos, a profissional reforça que não há motivo para preocupação. 

— Para as verrugas vulgares, realizamos o tratamento com a retirada desse tecido, mas isso é feito apenas por razões estéticas, essa verruga não vai evoluir para nada — pontua a infectologista.

Vacinação para prevenção

Mariana reforça que a vacinação é a forma mais segura e eficaz de prevenção contra o HPV. Segundo ela, por se tratar de um vírus de pele, o uso de preservativo não garante total proteção contra as formas agressivas da doença. 

— Como é um vírus de pele, ele pode estar presente não apenas nos órgãos sexuais, mas também no períneo e na região íntima como um todo — explica. 

Disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nos postos de saúde do Brasil, a vacina contra o HPV não é obrigatória, mas tem como foco as duas variantes do vírus que mais resultam no desenvolvimento de algum câncer: os tipos 16 e 18. A aplicação dos imunizantes concentra-se em crianças e adolescentes entre 9 e 14 anos, mas também está disponível para outros grupos. 

Fonte: Gaúcha ZH

Foto: Tik Tok @visarto / Reprodução

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