Novo bloco de pedágios do RS: a cada R$ 1,00 pago, somente R$ 0,38 serão investidos nas rodovias
Federação de empresas de logística e transporte de cargas pede revisão
Os novos pedágios previstos para o Rio Grande do Sul serão caros, segundo avaliação da Federação das Empresas de Logística e Transporte de Cargas no Rio Grande do Sul (Fetransul). A entidade analisou a proposta do governo gaúcho e identificou que, a cada R$ 1,00 pago de tarifa, somente R$ 0,38 serão investidos nas rodovias.
Os impostos, federal, estadual e municipais, vão abocanhar 27% da receita. O lucro do investidor será de R$ 0,25 a cada R$ 1,00 desembolsado pelo motorista. Os 10% restantes são identificados como outros gastos.
— Não queremos que se repita no Vale do Taquari o que ocorreu no sul do estado (contrato da Ecosul, que tem o pedágio mais caro das rodovias federais brasileiras). Em uma viagem entre Casca e Lajeado, o custo com pedágio será quase a metade (R$ 33,59) do que se gasta em combustível (R$ 70,00) — destaca o presidente da Fetransul, Francisco Cardoso.
Além de investir menos da metade do que arrecadará, a nova concessão terá um pedágio com valor elevado. Considerando o custo por quilômetro, a tarifa será de R$ 0,23 em pista simples e R$ 0,30 nos trechos duplicados, dando uma média de R$ 0,26.
O bloco 3 de rodovias, administrado pela Concessionária da Serra Gaúcha (CSG), tem valor de R$ 0,21 por quilômetro. O da Ecosul - pedágio mais caro das rodovias federais brasileiras - tem custo de R$ 0,21 por quilômetro.
Rodovias
A concessão de 415 quilômetros de sete rodovias - RS-128, RS-129, RS-130, RS-135, RS-324, RS-453 e BR-470 - prevê 24 pórticos de free flow. As tarifas variam de R$ 2,08 a R$ 5,66 a cada 20 quilômetros.
Proposta
A Fetransul sugere que o governo do Estado aporte mais R$ 900 milhões no futuro contrato. Outra opção seria repassar mais R$ 500 milhões e postergar investimentos ou excluir melhorias.
Os municípios por onde passam estas rodovias também poderiam contribuir, ao assumirem algumas obras. Devido ao pagamento de pedágio, as prefeituras vão receber 5% de ISS.
Governo questiona
O secretário estadual da Reconstrução, Pedro Capeluppi, contesta as informações. Destaca que, em relação ao lucro do investidor, não se pode misturar aspectos contábeis com fluxo de caixa.
A previsão que o governo gaúcho fez é o mesmo padrão usado em todas as outras concessões. Porém, ele reconhece o quanto os tributos impactam no contrato, mas o secretário lembra que essa cobrança é definida pela legislação, em maior parte, federal.
Mas revê
Após receber queixas sobre os valores dos futuros pedágios, o governo do Estado avalia diminuir a quantidade de obras para baratear a tarifa. Outra possibilidade discutida é a possibilidade de prorrogar o prazo de obras previstas.
Uma terceira hipótese também é analisada: a possibilidade do governo aumentar a quantidade de dinheiro público na concessão. Mas essa proposta é mais difícil de ser implementada, dadas as limitações de utilização dos recursos do Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs).
O que já foi decidido é que a consulta pública, que está ouvindo as comunidades, será prorrogada. O período de recebimento de sugestões se encerraria em 21 de fevereiro.
Fonte: GZH
Foto: Porthus Junior / Agencia RBS
Outras notícias
-
Prouni completa 20 anos com sucesso em gerar mobilidade social
Pessoas de baixa renda formadas no Ensino Médio em escolas públicas ou em particulares com bolsa podem se candidatar ao programa; muitas, no entanto, não sabem disso Especialistas e autoridades em educação consideram o Programa ...
Saiba Mais -
Saúde recomenda reforço de vacina meningocócica ACWY
Imunizante integra calendário regular de vacinação e está disponível nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) O município de Pelotas confirmou neste mês um novo surto de doenç ...
Saiba Mais
