Serra tem três cidades em situação de emergência devido à estiagem; safras devem ter perda de 50%
Falta de chuva e intenso calor tem afetado cultivo de soja, milho, feijão e produção de leite bovino
Ainda em recuperação dos prejuízos causados pela chuva de maio do ano passado, agricultores, produtores de leite e de animais de corte da Serra têm registrado perdas devido aos efeitos da estiagem e do extremo calor na região.
Conforme o portal da Defesa Civil do Estado, ao menos três cidades da região decretaram situação de emergência em decorrência da falta de chuva: Esmeralda, Montauri e Paraí. Além disso, Monte Belo do Sul já solicitou o reconhecimento da condição junto ao órgão.
Essencialmente agrícolas, as cidades já projetam perdas milionárias nos cultivos de soja, milho e produção de leite bovino. Só em Paraí, a Secretaria de Agricultura prevê prejuízo inicial de R$ 18 milhões. O montante pode aumentar depois da safra ser concluída.
— A perda está ruim desde o início do ano e acreditamos que vai piorar. Estimamos prejuízo de R$ 11 milhões na safra do milho, R$ 6 milhões na soja e R$ 900 mil no leite. Esse montante representa cerca de 50% da produção total de Paraí — detalha a Secretária de Agricultura, Rejane Bresolin.
Segundo ela, a falta de chuva afetou o abastecimento de água para aves e suínos, tornou os acessos às propriedades precários e gera falta de água em diversas residências. A prefeitura está auxiliando com envio de caminhões-pipa para os criadores de animais. Contudo, nas lavouras a situação é mais delicada, sobretudo pela falta de sistemas de irrigação.
Na cidade de Esmeralda, os prejuízos giram em torno de R$ 154 milhões na agricultura e R$ 13 milhões na pecuária. Segundo o coordenador da Defesa Civil da cidade, Alécio Piardi Borges, as culturas mais afetadas foram a soja, milho e feijão.
— Nossa estimativa é que tenhamos 50% de perda nas safras desse ano. Esmeralda vem passando por insuficiência de chuva desde o ano passado, logo depois da chuva de maio. A prefeitura contratou caminhões-pipa para abastecer seis comunidades do interior e também está distribuindo galões de água em residências — indica.
Segundo Borges, a partir do decreto de emergência, o município espera conseguir auxílio do governo estadual e federal para perfurar novos poços artesianos.

Cultivo da soja está entre os mais afetados na cidade de Esmeralda, com 55% de perda.Emater Esmeralda / Divulgação
Em Montauri, a Secretaria Municipal de Agricultura prepara os relatórios finais que relacionam as perdas para encaminhar à Defesa Civil. Esse é o quinto ano consecutivo que a cidade decreta situação de emergência em decorrência da falta de chuva.
O secretário Vanderlei de Bona calcula que a estiagem cause a perda de 55% na produção de soja, 35% no milho em grão, 31% no milho de silagem e 30% de queda na produção do leite bovino.
— Só na soja, que é a principal cultura entre os agricultores, estimamos que no máximo 30 sacas sejam colhidas por hectare. Em anos de maior produtividade, conseguíamos colher cerca de 60 sacas por hectare — detalha.
Conforme De Bona, a situação se agrava pelo falta de água em poços artesianos da cidade. Pelo menos dois apresentaram falhas no abastecimento. Para amenizar a situação, a prefeitura tem contratado caminhões-pipa para captar a água de poços que tenham vazão suficiente e levado para propriedades do interior e da área urbana.

Em Montauri, soja também é a principal cultura com perda na produção pela falta de chuva.Secretaria Municipal e Agricultura de Montauri / Divulgação
Mais recente a decretar emergência à Defesa Civil, Monte Belo do Sul não teve perdas relacionadas à agricultura, mas enfrenta desabastecimento em 70% da cidade. Segundo a prefeitura, até o momento foram necessários 495 mil m³ de água para encher os reservatórios. A cidade também espera conseguir auxílio para perfurar dois novos poços artesianos.
Fonte: Pioneiro
Foto: Secretaria Municipal de Agricultura de Paraí / Divulgação
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