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Decisão foi motivada pela divulgação de uma carta do Conselho Federal de Medicina, na qual os médicos destacam a necessidade de um controle mais rigoroso na prescrição desses medicamentos

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu nesta quarta-feira (16) tornar obrigatória a retenção da receita médica para a venda de medicamentos como Ozempic, Wegovy, Saxenda e similares, utilizados no tratamento da obesidade e para emagrecimento. As informações são do portal g1.

Embora essa categoria de medicamentos, identificada pela tarja vermelha, já devesse ser vendida apenas mediante apresentação de receita, na prática, essa exigência nem sempre é cumprida, permitindo que clientes adquiram os produtos mesmo sem o documento.

A decisão foi motivada pela divulgação de uma carta do Conselho Federal de Medicina (CFM), na qual os médicos destacam a necessidade de um controle mais rigoroso na prescrição desses medicamentos.

Desafio de saúde

A obesidade é considerada um desafio global de saúde, com poucas opções farmacológicas disponíveis para seu tratamento.

Trata-se de uma condição multifatorial, influenciada por fatores genéticos, sociais, culturais, econômicos e ambientais. Está associada a diversas complicações, como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, doença hepática gordurosa não alcoólica e redução da expectativa de vida.

Estudos recentes indicam que o uso de medicamentos para perda de peso tem apresentado resultados comparáveis aos da cirurgia bariátrica.

O que são e como funcionam os inibidores de apetite?

Alguns medicamentos inicialmente desenvolvidos para tratar a diabetes passaram a ser indicados também para a obesidade. É o caso do Ozempic e do Wegovy, que contêm a substância semaglutida. Já o Victoza e o Saxenda utilizam a liraglutida como princípio ativo.

Essas substâncias prometem uma redução de até 17% da massa corporal em um ano. No entanto, têm sido cada vez mais procuradas por pessoas que desejam emagrecer rapidamente, sem indicação médica, o que pode acarretar riscos à saúde.

A semaglutida imita a ação de um hormônio chamado GLP-1, produzido naturalmente no intestino. Ela atua em diferentes regiões do organismo:

• No hipotálamo, promovendo a sensação de saciedade;
• No fígado, diminuindo a produção de glicose;
• No pâncreas, estimulando a liberação de insulina.

Esse conjunto de ações contribui para a redução do apetite e pode levar a uma diminuição de 30% a 40% na ingestão calórica, conforme a dosagem utilizada. Além da semaglutida, medicamentos com liraglutida, como Saxenda e Victoza, também são utilizados no tratamento da obesidade e da diabete.

Quem não pode usar?

As canetas são contraindicadas para pessoas com:

• Alergia a qualquer componente da fórmula;
• Histórico de pancreatite;
• Antecedente pessoal ou familiar de carcinoma medular de tireoide (CMT);
• Gestantes e lactantes.

Quais são os efeitos colaterais?

Os principais efeitos adversos ocorrem no sistema gastrointestinal. Náuseas e vômitos são os mais comuns, o que leva algumas pessoas a associarem a perda de peso a esses sintomas.

Outros possíveis efeitos colaterais incluem:

• Diarreia;
• Constipação;
• Gastrite;
• Refluxo ou azia;
• Dor abdominal;
• Dor de cabeça;
• Sensação de fraqueza ou cansaço;
• Indigestão;
• Flatulência;
• Gastroenterite;
• Doença do refluxo gastroesofágico;
• Cálculo biliar.

Segundo a Novo Nordisk, fabricante dos medicamentos à base de semaglutida, a maioria desses efeitos são de leve a moderada intensidade e geralmente desaparecem em poucos dias ou semanas.

Fonte: GZH

Foto: Wild Awake / stock.adobe.com