Hérnia inguinal: entenda o que é essa condição comum e os primeiros sinais
Condição exige atenção médica e, muitas vezes, cirurgia para evitar complicações
A hérnia inguinal é uma condição muito comum que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, especialmente os homens. Embora o nome possa parecer técnico, entender essa condição é essencial, tanto para reconhecê-la cedo quanto para saber quando é hora de tratar.
A hérnia inguinal acontece quando uma parte de algum órgão ou tecido do abdômen — geralmente uma alça do intestino ou gordura — “escapa” por uma área enfraquecida na parede muscular da virilha. Isso cria uma saliência ou “caroço” que pode ser visível e até dolorosa, especialmente quando a pessoa tosse, faz esforço ou fica muito tempo em pé.
Essa é a hérnia mais comum da parede abdominal, sendo muito mais frequente em homens do que em mulheres.
Por que as hérnias inguinais acontecem?
Existem dois tipos principais de hérnia inguinal:
- hérnia inguinal indireta: geralmente de origem congênita, ou seja, a pessoa já nasce com uma predisposição. Costuma se manifestar em crianças e adultos jovens;
- hérnia inguinal direta: surge com o tempo, devido ao enfraquecimento natural da musculatura da virilha, algo comum com o envelhecimento. É mais frequente em homens adultos e idosos.
Diversos fatores aumentam o risco de desenvolver uma hérnia, como:
- levantar peso com frequência;
- esforço para evacuar (prisão de ventre crônica);
- tosse crônica (como em fumantes ou pessoas com DPOC);
- obesidade;
- tabagismo;
- predisposição genética.
Esses fatores aumentam a pressão dentro do abdômen, favorecendo a formação da hérnia.
Quais os sintomas de uma hérnia inguinal?
O sintoma mais comum é a presença de um abaulamento (caroço) na região da virilha, que aparece ao se levantar, tossir ou fazer esforço, e pode desaparecer ao deitar-se.
Outros sintomas incluem sensação de peso ou desconforto na virilha, dor leve ou moderada após esforço físico, ardência ou queimação local.
Em casos mais graves, pode ocorrer encarceramento (quando a hérnia fica presa) ou estrangulamento (quando a circulação sanguínea é interrompida). Nesses casos, surgem dor intensa e súbita, inchaço rígido e irreversível, náuseas, vômitos, febre e até risco de infecção generalizada.
Atenção: estrangulamento de hérnia é uma emergência médica e precisa de cirurgia imediata.
Como é feito o diagnóstico?
Na maioria das vezes, o diagnóstico é clínico — ou seja, feito pelo exame físico. O médico examina o paciente em pé e deitado, pede para tossir e avalia se há saliência ou dor.
Se houver dúvida, pode-se usar exames de imagem:
- ultrassonografia: exame simples e eficiente para confirmar hérnias, principalmente em pacientes com sobrepeso
- tomografia ou ressonância magnética: úteis em casos complexos ou suspeita de complicações
Qual é o tratamento da hérnia inguinal?
A cirurgia é o único tratamento definitivo. Não existe remédio, cinta ou outro método que faça a hérnia desaparecer por conta própria. Na maioria das vezes, opta-se pela cirurgia minimamente invasiva, pela laparoscópica ou robótica. Mas a técnica convencional, aberta, também pode ser utilizada.
Segundo estudos internacionais, como o publicado no JAMA (Fitzgibbons et al., 2006), em pacientes com hérnia pequena e sem sintomas, pode-se optar por observar e acompanhar regularmente com o médico. Essa abordagem é chamada de “vigilância ativa”, adotada principalmente para pacientes com alto risco cirúrgico.
No entanto, cerca de 70% dos pacientes que inicialmente não operam acabam precisando da cirurgia nos anos seguintes, devido à piora dos sintomas ou surgimento de complicações.
Conclusão
A hérnia inguinal é uma condição comum, geralmente de evolução lenta, mas que pode trazer complicações graves se não for acompanhada adequadamente. O diagnóstico é simples e o tratamento cirúrgico costuma ser seguro e muito eficaz.
Sentiu um caroço na virilha? Tem desconforto ao fazer esforço? Procure um médico. Com avaliação precoce, é possível definir o melhor momento para intervir — garantindo mais segurança e qualidade de vida.
Fonte: CNN Brasil
Foto: Freepik
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