Condição que provoca suor excessivo afeta 3% da população e pode levar a constrangimento social
Médicos escrevem sobre opções de tratamento para hiperidrose primária
Suar é uma função fisiológica essencial para manter a temperatura corporal estável. Em ambientes quentes, suamos para resfriar o corpo, enquanto em temperaturas frias, a sudorese diminui para conservar o calor. Quando esse equilíbrio se rompe e ocorre sudorese excessiva, independentemente da temperatura externa, especialmente em áreas como cabeça, axilas, mãos e pés, diagnostica-se a hiperidrose primária localizada.
Esse transtorno, que não tem causa conhecida, afeta cerca de 3% da população, sem distinção de sexo ou raça. Em 25% a 50% dos casos, pode haver um histórico familiar.
A hiperidrose primária gera impactos significativos nas esferas psicológica, social e ocupacional de seus portadores. O suor excessivo em regiões visíveis, como axilas e rosto, pode causar constrangimento em interações sociais, evitando o contato físico.
A hiperidrose é um transtorno comum, mas pouco discutido e frequentemente subestimado, que impacta a saúde mental, as relações sociais e as atividades profissionais.
Para escapar de situações embaraçosas, muitos optam por se isolar, o que pode resultar em solidão. Eventos sociais comuns, como festas e reuniões, tornam-se fontes de estresse, levando ao afastamento desses compromissos. O medo do julgamento alheio pode intensificar ainda mais a ansiedade. Esses elementos podem criar um ciclo vicioso em que o estresse e a ansiedade exacerbam os sintomas da hiperidrose, prejudicando ainda mais a vida social.
Como tratar a hiperidrose
A boa notícia é que existem várias alternativas terapêuticas disponíveis. Os tratamentos para hiperidrose variam conforme a intensidade dos sintomas e a localização da sudorese. As opções não cirúrgicas incluem antitranspirantes tópicos com cloreto de alumínio, injeções de toxina botulínica (Botox) e medicamentos anticolinérgicos. Embora eficazes, esses tratamentos são paliativos e oferecem apenas controle temporário dos sintomas.
A alternativa mais eficaz e duradoura para o controle da hiperidrose localizada é uma cirurgia chamada simpatectomia torácica. Esta é feita por videotoracoscopia, com pequenas incisões de aproximadamente 1 cm, uma na axila e outra próxima ao mamilo em homens, ou abaixo da mama em mulheres.
Durante a operação, uma pequena secção do nervo simpático é realizada, interrompendo o estímulo para a produção de suor. Com um tempo de anestesia de cerca de 30 minutos e uma recuperação de aproximadamente duas horas, não é necessária internação hospitalar, e os pacientes geralmente experimentam a cessação imediata da sudorese.
A simpatectomia torácica é indicada para casos de hiperidrose craniofacial, rubor facial, sudorese axilar e palmar. Embora a hiperidrose plantar possa melhorar com esta abordagem, sua solução pode exigir um procedimento abdominal mais complexo. Como em todo procedimento, uma consulta com um especialista é importante para avaliação das vantagens, assim como dos riscos associados. O cirurgião torácico é o profissional mais qualificado para avaliar a necessidade e realizar o procedimento.
Efeitos colaterais
Um dos efeitos colaterais potenciais da simpatectomia torácica é o desenvolvimento de sudorese compensatória, que é um aumento do suor em áreas como o abdômen, dorso e pernas. Embora as técnicas cirúrgicas tenham reduzido significativamente esse efeito, é crucial mencioná-lo, pois o procedimento é irreversível. O retorno às atividades normais é rápido, geralmente em três a sete dias, com apenas a recomendação de evitar levantar pesos.
Em resumo, a hiperidrose é um transtorno comum, mas pouco discutido e frequentemente subestimado, que apresenta impactos significativos na saúde mental, nas relações sociais e nas atividades profissionais. Suar é normal; suar em excesso, não. Felizmente temos disponível uma solução efetiva, com baixa morbidade, para os casos em que a cirurgia é indicada.
Fonte: Gaúcha ZH
Foto: sompong_tom / stock.adobe.com
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