Julho começa hoje com um dos dias mais frios do ano; veja como será o clima neste mês no RS
Estado terá temperaturas negativas. A tendência é que continue gelado durante a primeira quinzena, seguido por um alívio dos termômetros
Após um fim de semana de chuva intensa no Rio Grande do Sul, julho começa nesta terça-feira (1º) com tempo firme e previsão de temperatura negativa em várias regiões.
Uma onda de frio, que derrubou os termômetros, segue até sexta-feira (4). Mas de acordo com meteorologistas consultados por Zero Hora, o mês deve ser marcado por dois momentos distintos.
O Estado está sob o limiar de neutralidade climática, sem atuação de eventos como La Niña e El Niño, por exemplo. Ao contrário de 2024, a temperatura do Oceano Pacífico deixou de um ter efeito expressivo no clima, e outros fatores globais de larga escala, como as frentes frias e as massas de ar frio, passam a se sobressair.
De acordo com o meteorologista Glauco Freitas, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), esse cenário também cria uma barreira de previsibilidade climática. Isso significa que há incerteza sobre como ficará o clima, já que estará mais suscetível a outros elementos que aparecem no curto prazo.
Início mais frio, depois aquece um pouco
Freitas aponta que é possível dividir o mês em dois períodos. Uma fase mais fria, com temperatura um pouco abaixo da média, e com chuva mais presente do centro ao sul do Rio Grande do Sul. Esse intervalo deve ser seguido por um segundo momento, em que os índices nos termômetros se elevam e o tempo fica mais seco.
Considerando os 31 dias de julho, o Inmet prevê que devem predominar as temperaturas abaixo da média no Estado. Além disso, em áreas de maior altitude podem ocorrer um declínio mais acentuado dos índices.
Com relação à chuva, o Inmet indica que os acumulados podem ultrapassar os 130 milímetros na área mais ao Sul, que costuma marcar entre 100 e 140 milímetros. Já no nordeste do território gaúcho, é prevista chuva abaixo da média. O mapa de anomalia projeta redução de cerca de 10 milímetros, onde a normal climatológica se aproxima de 180 milímetros.
Nas demais porções, os volumes ficam próximos à média histórica, variando entre 80 e 100 milímetros em parte do Oeste, e cerca de 140 milímetros nas outras áreas.
O meteorologista Julio Marques, professor do curso de Meteorologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), corrobora com este cenário. Conforme ele, a primeira quinzena deve ser diferente da segunda.
— Essa primeira quinzena será de muito pouca chuva. O mês começa com esses primeiros dias com uma onda de frio muito forte, que será mais intensa nesses próximos três, quatro dias. O período seco e mais frio será entre o dia 10 e 12, sem chuva. Depois, enfraquece. Há a entrada de uma nova frente fria por volta do dia 12 e 15, quando volta a chover — avalia.
Em julho, a normal climatológica indica que a média do mês varia entre 12ºC e 14ºC. De acordo com o especialista, os índices podem ficar entre 3ºC a 4ºC abaixo da média.
Já a segunda metade do mês deve ser um pouco mais quente, com aumento em relação à média. Continua frio, mas ele não deve ser tão forte quanto o observado no início do mês. Além disso, se prevê uma chuva mais frequente no Estado.
— A partir de julho, o dia solar começa a aumentar novamente. Isso ajuda muito a quebrar a intensidade do frio. As massas frias entram, mas já há uma presença de radiação maior. E elas não são tão intensas quanto as de junho. Ou seja, a duração dos dias frios não são tão duradouras — diz.
Teremos novas ondas de frio e eventos extremos?
Julio Marques destaca que os gaúchos podem observar outras duas ondas de frio no Rio Grande do Sul até o final de julho. Porém, devem ser mais amenas em comparação à observada no início do mês.
Com relação a eventos extremos, como a chuva forte e volumosa vista no último fim de semana de junho, não é possível ter conclusões até o momento. O mesmo é válido em relação à possibilidade de neve — sua previsibilidade depende de uma proximidade maior do evento.
— Não estamos prevendo por agora, mas não podemos descartar. O Rio Grande do Sul está em uma zona climática, onde há o encontro das massas de ar quente e de ar frio. Quando elas se encontram, aumenta a possibilidade desses eventos extremos — pontua o meteorologista Glauco Freitas.
Fonte: GZH
Fotos: Ulisses Castro / Agencia RBS, Ulisses Castro / Agencia RBS, Mateus Bruxel / Agencia Brasil
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