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Um ano após campanha em redes sociais, menina de Garibaldi faz transplante de medula óssea

  • Data: 26/Abr/2024

Júlia Cavagnoli, oito anos, está em tratamento contra a leucemia. Ela passou pelo procedimento em Porto Alegre, na última terça-feira (23)

 

Familiares de Júlia Cavagnoli, oito anos, vivem um misto de emoções. É que um ano depois de realizarem uma campanha nas redes sociais, a menina, finalmente, passou pelo transplante de medula óssea

Júlia, que é moradora de Garibaldi, está em tratamento contra a leucemia mieloide aguda, um dos 12 tipos da doença que atinge os glóbulos brancos do sangue. Agora, a criança entra em uma nova fase de tratamento, o que inclui a confirmação do sucesso do procedimento recém-realizado — a chamada "pega da medula" — além de situações mais delicadas, como  baixa na imunidade, isolamento e outros efeitos colaterais.

O transplante foi realizado na terça-feira (23) no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. O doador foi o próprio pai da Júlia, Lucas Cavagnoli. Segundo a madrasta da menina, Kelin Bedin, a doação paterna foi cogitada desde o início do tratamento, mas, por ele não ser totalmente compatível, os médicos iniciaram o rastreamento de doadores no banco nacional (Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea - Redome) e também no internacional. O doador mais adequado foi encontrado em Israel, mas, diante do quadro de Júlia e do conflito que o país vive, o pai participou do transplante.

O médico hematologista e hemoterapeuta Roque Domingos Lorandi explica que a definição sobre o melhor momento para a realização do procedimento e sobre o doador é da Central de Transplantes, que considera o quadro clínico do paciente e a busca da medula mais "parecida" possível.

— Vivemos um momento de apreensão, de medo e também de tristeza por ela estar passando por tudo isso. Mas cada dia é um novo dia e estamos superconfiantes. A Júlia é uma criança forte, que passou por muitos tratamentos, e conseguiu superar. Agora, ela também vai conseguir e tem uma irmã de três meses (chamada Laura) esperando por ela — enfatiza Kelin.

Diante desta nova etapa do tratamento, a família da Júlia também solicita doações de sangue. Quem tiver a possibilidade de se deslocar, podem realizar a doação no Banco de Sangue do Hospital de Clínicas, em Porto Alegre. É possível realizar o agendamento de forma online, por aqui.

Rede de solidariedade

Logo que souberam do diagnóstico, os familiares de Júlia iniciaram uma campanha nas redes sociais para localizar um doador compatível. A intenção era incentivar as pessoas a buscarem o Hemocentro mais próximo e realizar um cadastro. Os dados, então, integram o Redome, que reúne as informações de pessoas dispostas a doar para quem precisa de transplante.

A família diz que não tem uma contagem de quanta gente mobilizou, mas chegou a ter 300 pessoas em grupos de aplicativo de conversa inclinadas a realizar o cadastro. Kelin ressalta ainda que 22 doadores compatíveis foram localizados, sendo todos de fora do Brasil.

Sobre a doação de medula óssea

O que é necessário para se tornar um doador de medula óssea?

- Ter entre 18 e 35 anos de idade.
- Apresentar documento oficial de identidade com foto.
- Estar em bom estado geral de saúde.
- Não ter doença infecciosa ou incapacitante.
- Não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico.
- Algumas complicações de saúde não são impeditivas para doação, sendo analisado caso a caso.

Como é realizado o cadastro?

O voluntário irá assinar um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), e preencher uma ficha com informações pessoais. Será retirada uma pequena quantidade de sangue do candidato a doador para a identificar suas características genéticas. É necessário apresentar o documento de identidade.

Quais etapas para o cadastro?

- Cadastro: preenchimento de ficha padrão com informações pessoais e assinatura de termo de consentimento livre e esclarecido.
- Coleta: coleta de amostra de sangue (5 ml) exame de histocompatibilidade (HLA).
- Os seus dados pessoais e o tipo de HLA serão incluídos no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).

Onde fazer o cadastro na Serra?
O cadastro pode ser feito no Hemocentro Regional de Caxias do Sul. O endereço é Rua Ernesto Alves, 2.260, Centro. Mais informações podem ser solicitadas pelos telefones (54) 3290-4536 e 3290-4543.

Fonte: Secretaria Estadual da Saúde (SES)

A doença

A leucemia, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), é uma doença maligna dos glóbulos brancos, geralmente, de origem desconhecida. Tem como principal característica o acúmulo de células doentes na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais. Existem mais de 12 tipos de leucemia, sendo que os quatro primários são leucemia mieloide aguda (LMA), leucemia mieloide crônica (LMC), leucemia linfocítica aguda (LLA) e leucemia linfocítica crônica (CLL).

 

Fonte: Pioneiro

Foto: Arquivo pessoal

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