RS registrou 91 surtos de síndrome mão-pé-boca em 2024; veja os sintomas e tratamentos
Doença preocupa pais e autoridades, já que crianças são as mais vulneráveis. Quadro tende a desaparecer em até sete dias
Ao menos 91 surtos de síndrome mão-pé-boca foram registrados no Rio Grande do Sul até o início de novembro, conforme a Secretaria Estadual de Saúde (SES). A doença, que é contagiosa, afeta principalmente crianças menores de cinco anos e é motivo de preocupação entre os profissionais da saúde e escolas.
Os surtos estão distribuídos em 33 municípios do Estado. Em Porto Alegre, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), foram notificados 19 surtos - dois a menos do que em 2023. Em número de infectados, foram diagnosticados 130 casos neste ano.
A doença é causada pelo vírus Coxsackie, pertencente à família dos enterovírus. Ela se manifesta, geralmente, por meio de febre e lesões características que surgem na mão, pés e na boca, podendo se estender para outras áreas, como nádegas e região genital.
— A grande característica da doença é o potencial de transmissão. Se há um indivíduo infectado em uma escola ou creche, por exemplo, é ali que ocorre a propagação e a observação de um número de casos aumentando — explica a médica da Equipe de Vigilância de doenças transmissíveis da SMS Rosa Maria Teixeira.
Como prevenir a mão-pé-boca
Segundo Rosa Maria, a orientação é de que surtos – definidos como dois ou mais casos em um mesmo local – sejam notificados imediatamente. Além disso, confirmando o diagnóstico, a criança deve ficar afastada por até sete dias, segundo orientação médica.
A escola deve tomar algumas medidas para prevenir a contaminação. Entre elas, está a limpeza de ambientes, afastar crianças sintomáticas e adotar protocolos de higiene mais rígidos, como o uso de desinfetantes para superfícies e objetos.
Já profissionais da Educação Infantil precisam estar atentos aos sinais iniciais da doença para evitar novos surtos. Também é importante evitar o compartilhamento de utensílios, incentivar a lavagem de mãos entre as crianças e manter as salas de aulas bem ventiladas.
— É muito importante que sejam tomadas essas medidas pensando em evitar que outros casos surjam. O quanto antes é feita a intervenção, mais cedo tu consegue cortar essa cadeia de transmissão — complementa a médica.
Os sintomas da mão-pé-boca
Embora o quadro seja autolimitado – ou seja, tende a desaparecer entre cinco a sete dias –, a condição pode causar grande desconforto, especialmente em crianças pequenas. O período de incubação varia de três a seis dias, conforme a SES. Entre os principais sintomas estão:
- Febre alta, nos dias que antecedem o surgimento das lesões
- Erupções cutâneas: bolhas ou máculas dolorosas, especialmente nas palmas das mãos e plantas dos pés
- Lesões na boca, amígdalas e faringe: manchas vermelhas que dificultam a ingestão de alimentos
- Mal-estar geral, perda de apetite, vômitos e, em alguns casos, diarreia.
Em casos mais raros, complicações como desidratação severa ou infecções secundárias podem ocorrer. Com isso, é necessário o acompanhamento médico para avaliar a evolução da criança.
Como ocorre a transmissão da síndrome
A doença é causada por um enterovírus, que habita o sistema digestivo e pode ocasionar estomatites — inflamação da mucosa oral . A transmissão ocorre das seguintes formas:
- Contato direto com saliva, secreções respiratórias, fezes, lesões cutâneas ou objetos contaminados
- Consumo de alimentos e bebidas que entraram em contato com o vírus
- Ambientes compartilhados, como escolas e creches, onde o vírus pode se espalhar rapidamente
— A primeira semana da síndrome é a de maior transmissão, que exige o afastamento da criança do ambiente escolar para evitar novos casos — acrescenta a profissional da SMS.
Contudo, mesmo após a melhora, o vírus pode ser transmitido pelas fezes por até quatro semanas, o que exige cuidados contínuos com a higiene.
Quais são os tratamentos da mão-pé-boca
Embora não exista um tratamento específico para a doença, as medidas recomendadas são focadas no alívio dos sintomas e na prevenção de complicações. Entre elas:
- Hidratação: oferecer líquidos em abundância para evitar desidratação
- Repouso absoluto: garantir que a criança permaneça em casa durante o período de contágio
- Alimentação leve e pastosa: priorizar alimentos que não agravem a dor nas lesões da boca, como purês, mingaus e gelatinas
- Uso de medicamentos sintomáticos: sob orientação médica, antitérmicos e analgésicos podem ser usados para controlar febre e dor.
Além disso, é fundamental que os pais mantenham uma rotina de higiene para diminuir o risco de transmissão.
— Não é uma doença que costuma agravar. O maior cuidado é que como acomete as cavidades orais nas crianças, elas acabam deixando de se alimentar e hidratar. Por isso, é importante que elas mantenham estes hábitos, para evitar possíveis preocupações com a saúde — finaliza a médica.
Fonte: Gaúcha ZH
Foto: Chamli_Pr / stock.adobe.com
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